O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na segunda-feira (28), durante uma viagem oficial à Escócia, que rompeu a amizade com o financista Jeffrey Epstein após um episódio que envolveu funcionários de seu clube. Segundo Trump, Epstein teria “roubado” profissionais que trabalhavam em seu spa, incluindo uma mulher que mais tarde acusou o príncipe Andrew de abuso sexual.
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A declaração marca uma mudança na versão até então apresentada pela Casa Branca, que afirmou que Trump havia expulsado Epstein de seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida, simplesmente por considerá-lo “esquisito”.
Falando em sua propriedade de golfe em Turnberry, na Escócia, Trump comentou o episódio enquanto estava ao lado do primeiro-ministro britânico Keir Starmer. Questionado por jornalistas americanos e britânicos sobre o rompimento com Epstein, ele explicou que o distanciamento ocorreu após uma atitude considerada “inaceitável” pelo ex-amigo.
“Ele tirou pessoas que trabalhavam para mim. Eu disse: ‘Nunca mais faça isso’. Ele fez novamente e eu o expulsei. Transformei-o em persona non grata”, disse Trump. “Estou feliz por ter feito isso. Se você quer saber a verdade, foi uma das melhores decisões”, acrescentou.
Apesar disso, declarações anteriores da Casa Branca apontavam outro motivo para o afastamento. Dias antes, assessores de Trump haviam justificado o rompimento usando o termo em inglês “creep”, que pode ser traduzido como “esquisito” ou “tarado”, sem mencionar disputas envolvendo funcionários.

Nome de Trump aparece em arquivos de Epstein
O episódio reacende as discussões sobre a relação do presidente Trump com o bilionário, que foi condenado por crimes sexuais. Em maio, o Wall Street Journal divulgou que o Departamento de Justiça dos EUA confirmou que o nome de Trump aparece em documentos relacionados a Epstein. A informação teria sido repassada pela ex-procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, em uma reunião de rotina.
Segundo a publicação, a presença do nome de Trump nos arquivos não significava envolvimento em atividades ilícitas. Um porta-voz da Casa Branca classificou a reportagem como “fake news”.
O caso Jeffrey Epstein
O financista Jeffrey Epstein foi acusado de comandar uma rede de tráfico sexual de menores nos Estados Unidos durante os anos 2000. Ele foi preso em 2019 e morreu cerca de um mês depois, em circunstâncias oficialmente registradas como suicídio.
As investigações apontaram que Epstein abusou de dezenas de meninas menores de idade e manteve relações próximas com milionários de Wall Street, membros da realeza britânica e celebridades. Em 2008, ele já havia se declarado culpado por exploração sexual de menores, mas cumpriu uma pena reduzida em regime especial.
O caso voltou aos holofotes em 2019, quando Epstein foi detido novamente e, pouco depois, tirou a própria vida dentro da prisão. A morte do bilionário gerou diversas teorias da conspiração e uma pressão crescente sobre o governo dos EUA para liberar documentos que possam revelar nomes de pessoas influentes envolvidas no esquema.
Pressão por novos documentos
O governo Trump, por meio do Departamento de Justiça, chegou a prometer a divulgação de arquivos confidenciais relacionados ao caso, incluindo uma possível lista de personalidades da elite americana ligadas à rede de tráfico sexual. No entanto, a promessa não foi cumprida, e os documentos permanecem em sigilo, alimentando novas especulações.
O presidente Donald Trump tenta reforçar a narrativa de que rompeu com Jeffrey Epstein há quase duas décadas, em 2004, por motivos pessoais. O episódio, entretanto, continua sendo explorado por opositores políticos e pela imprensa americana, que usam o caso para questionar os antigos vínculos.culos do republicano com um dos maiores escândalos de tráfico sexual da história recente dos Estados Unidos.