Em clima de COP30 em Belém, a Organização Metereológica Mundial (OMM) divulgou o relatório “Estado do ClimA Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou um relatório em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), e os dados não são nada animadores.
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Com uma margem de erro de 0,12ºC, o ano de 2025 apresenta uma média de temperatura 1,42ºC acima da média pré-industrial. Os últimos 11 anos terão sido, individualmente, os mais quentes nos 176 anos de registro. Os anos de 2024, 2023 e 2025 devem ser, respectivamente, os mais quentes já registrados.
Membros da ONU e da OMM utilizaram uma cúpula de líderes que antecede a COP30 (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas) na última quinta-feira (06), para falar sobre o relatório preocupante. Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, afirmou que é praticamente impossível as nações seguirem a meta de 1,5ºC para o aquecimento global nos próximos anos — embora reafirme que a ciência ainda considera possível e essencial manter-se dentro da meta até o fim do século.
Já António Guterres, secretário-geral da ONU, criticou as nações por não conseguirem se limitar à meta.
Mas por que a meta de 1,5ºC?
A meta consiste em manter a média de temperatura global em, no máximo, 1,5ºC acima da média de aproximadamente 13,9ºC do período pré-industrial (entre 1850 e 1900). Ela foi estabelecida em 2015, no Acordo de Paris, e representa um “limite seguro” que evitaria os efeitos mais intensos do aquecimento global.
A partir de uma média superior a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, o risco de desastres ambientais aumenta drasticamente. Há debate entre cientistas sobre se a meta ainda pode surtir efeito nos próximos anos ou se o aquecimento global já atingiu um ponto irreversível.
“Cada ano acima de 1,5 graus afetará as economias, aprofundará as desigualdades e causará danos irreversíveis”, diz Guterres.
Outras denúncias do relatório
Segundo o relatório, praticamente nenhum parâmetro é favorável. As concentrações de gases de efeito estufa e o calor dos oceanos continuaram a subir, enquanto o gelo marítimo do Ártico atingiu a menor extensão já registrada.
“A tendência de longo prazo de elevação do nível do mar continuou, apesar de uma pequena e temporária oscilação devido a fatores naturais”, diz o relatório.
A COP30 deve buscar acordos que desacelerem o aumento das temperaturas. Os riscos são iminentes, e, se não houver melhora, mais situações extremas — como mortes por calor recorde na Europa e frio intenso no Brasil — devem se repetir.
Vale ressaltar que desastres climáticos como tsunamis e terremotos não são impactados diretamente pelo aquecimento global. No entanto, com o aumento do nível dos oceanos, as consequências desses eventos tendem a ser ainda piores.









