Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível até 2030 e proibido de fazer lives e discursos políticos por decisão do TSE, sua esposa, Michelle Bolsonaro, tem assumido um novo protagonismo no cenário conservador.
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À frente do PL Mulher, Michelle intensificou sua agenda política e discursiva, marcando presença em eventos partidários e religiosos em várias regiões do país.
Nos bastidores do Partido Liberal, o crescimento de Michelle como figura pública tem gerado desconforto entre lideranças que apostam em outros nomes para 2026, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o senador Rogério Marinho.
A ex-primeira-dama, no entanto, tem conquistado espaço com seu carisma, linguagem religiosa e forte apelo entre o eleitorado evangélico.
Durante eventos recentes, Michelle reforçou seu compromisso com “valores cristãos, família e liberdade” e chegou a afirmar que não aceitará ser “silenciada”. O discurso é visto como uma tentativa de manter vivo o bolsonarismo mesmo sem Bolsonaro na linha de frente, resgatando a base conservadora e mobilizando mulheres em sua defesa.
Apesar de ser apontada como possível candidata a vice ou até mesmo à presidência em 2026, Michelle enfrenta desafios internos.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, evita declarações públicas sobre o futuro político da ex-primeira-dama e tenta administrar a tensão dentro do partido, que hoje vive um racha silencioso entre alas moderadas e radicais.
Enquanto o ex-presidente se recolhe, Michelle segue ampliando sua visibilidade. Seu protagonismo pode redesenhar o campo da direita nos próximos anos, mas também revelará até que ponto o bolsonarismo consegue sobreviver e se reinventar sem seu principal porta-voz.