Lula encontra Macron na França em momento de instabilidade mundial

Nesta quinta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dará início a uma visita oficial à França, a convite do mandatário francês, Emmanuel Macron. A agenda, que se estende até domingo (9), ocorre em um contexto geopolítico agitado e inclui reuniões bilaterais, debates sobre temas internacionais e a entrega de títulos honorários ao chefe de Estado brasileiro.

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Entre os principais temas da agenda estão os debates sobre a guerra na Ucrânia, o conflito em Gaza e as negociações para destravar o impasse no acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. A França espera que o Brasil, que atualmente preside o grupo dos Brics, desempenhe um papel diplomático relevante nas crises globais.

“Um país como o Brasil, e especialmente um líder como Lula, tem uma voz poderosa na América Latina e no mundo”, afirmou um assessor da Presidência francesa, sob condição de anonimato.

A visita acontece poucos dias antes da Cúpula dos Oceanos da ONU, em Nice, e enquanto cresce a resistência dentro da França ao acordo UE-Mercosul. A diplomacia francesa também quer contar com o apoio brasileiro para influenciar os rumos da conferência sobre o Oriente Médio na ONU, que será coorganizada com a Arábia Saudita ainda em junho.

Na terça-feira (3), Lula antecipou parte dos temas que serão tratados com Macron:

Vamos discutir a guerra entre Rússia e Ucrânia, o massacre do Exército de Israel na Faixa de Gaza, o acordo União Europeia-Mercosul, além de assuntos na área de defesa, como a parceria do submarino nuclear”, declarou.

O Brasil mantém relações diplomáticas estreitas com a Rússia, e Lula esteve em Moscou no último dia 9 de maio para as comemorações da vitória sobre o nazismo, ocasião em que foi recebido por Vladimir Putin.

A viagem à França ocorre após a visita de Emmanuel Macron ao Brasil, em março de 2024, quando o presidente francês esteve na Amazônia ao lado de Lula e no Complexo Naval de Itaguaí, onde são construídos os submarinos nucleares brasileiros, com apoio técnico francês, no âmbito do programa ProSub.

A programação do presidente Lula na França terá início com uma cerimônia oficial de boas-vindas no Palácio dos Inválidos, em Paris, seguida por um almoço de trabalho e um jantar de Estado no Palácio do Eliseu. Já na sexta-feira (6), Lula e Emmanuel Macron participam da abertura de uma exposição do artista brasileiro Ernesto Neto, no Grand Palais, dentro das celebrações do Ano Cultural França-Brasil.

Na sequência, Lula seguirá para Mônaco e Nice, no sudeste francês, onde participará de reuniões sobre a preservação dos oceanos, em preparação para a próxima COP30, que será realizada no Brasil.

A programação inclui ainda a assinatura de acordos bilaterais, principalmente nas áreas de transição energética e cooperação científica, além da presença de Lula em um fórum econômico e homenagens na Academia Francesa e na Universidade de Paris 8.

A Presidência da França reforçou que Macron está “fortemente comprometido com o sucesso da COP30” e com os esforços globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Críticas da oposição marcam nova viagem internacional de Lula

Durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à França, a oposição voltou a criticar os custos e o momento da viagem. O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS), um dos principais opositores do governo, questionou a prioridade da agenda internacional do petista em meio à crise provocada pelo aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), anunciado em maio. A medida gerou forte reação no Congresso Nacional, e o governo agora avalia possíveis alternativas fiscais para contornar o impasse.

Enquanto o presidente aumenta impostos para a população, segue fazendo viagens internacionais. Com a popularidade em queda, ele sabe que esse tipo de tour bancado com recursos públicos tem prazo de validade”, declarou o parlamentar.

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