O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, suspendeu todas as comunicações eletrônicas e reforçou os protocolos de segurança pessoal, em uma medida drástica para garantir sua proteção. A decisão reflete o temor crescente de um possível atentado, especialmente diante da escalada de tensões com Israel e os Estados Unidos.
LEIA TAMBÉM: Zelensky acusa Rússia de enviar corpos de soldados russos no lugar de ucranianos
“Estamos diante de uma ameaça existencial. A segurança da liderança precisa ser preservada a qualquer custo”, afirmou um alto funcionário do Ministério da Inteligência, sob anonimato.
Khamenei encontra-se resguardado em um bunker e agora se comunica exclusivamente por meio de um assessor de confiança. De acordo com a emissora estatal IRIB, o líder nomeou três clérigos seniores como possíveis sucessores, antecipando um processo que, em tempos normais, é conduzido com discrição. A medida indica o nível de gravidade percebido dentro da cúpula iraniana.
“A Assembleia de Peritos deve estar preparada para agir com rapidez, se necessário”, teria dito Khamenei, em mensagem interna divulgada à liderança religiosa.

A situação se deteriorou após bombardeios israelenses no dia 13 de junho, considerados a maior ofensiva militar contra o Irã desde a guerra com o Iraque. A crise se agravou quando o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou ataques a instalações nucleares iranianas.
“A América superou a si mesma nesta operação. Que este seja o início de um futuro de prosperidade e paz”, declarou Netanyahu em referência aos bombardeios, aumentando a tensão com Teerã.
VEJA: EUA entram na guerra e bombardeiam Irã em ação coordenada com Israel
Como parte das novas medidas de segurança, o acesso à internet foi quase totalmente bloqueado, e as ligações internacionais suspensas, dificultando ações de espionagem e o rastreamento de autoridades. O Ministério da Inteligência iraniano implementou novos protocolos para proteger altos funcionários em locais secretos e seguros.
“Não permitiremos que nossos líderes sejam alvos fáceis. O inimigo não nos surpreenderá”, afirmou o porta-voz do Conselho Supremo de Segurança Nacional.
Em um comunicado severo, o Conselho advertiu que qualquer pessoa que colabore com forças estrangeiras deve se apresentar até domingo. Caso contrário, poderá enfrentar execução.

“É dever patriótico denunciar e cortar vínculos com qualquer agente do inimigo. Quem se esconder será tratado como traidor”, diz o aviso oficial.
Embora o Irã tenha sinalizado possíveis retaliações, fontes do governo reconhecem que as opções militares são limitadas e perigosas, podendo levar a uma escalada regional irreversível. A liderança iraniana tenta manter o controle diante do que analistas consideram um dos momentos mais frágeis do regime desde sua fundação em 1979.