Hugo Motta é vaiado e chamado de “inimigo da nação” durante protestos na Avenida Paulista

No último domingo (3), a Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco de uma grande manifestação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante o evento, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi alvo de vaias e recebeu duras críticas, sendo chamado por manifestantes de “inimigo da nação”. Os protestos foram organizados com o objetivo central de pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de manifestar oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Críticas e vaias a Hugo Motta na Avenida Paulista

Durante o protesto, diversos cartazes e faixas com o rosto e o nome de Hugo Motta, acompanhados da frase “esses são os inimigos da nação”. O nome do presidente da Câmara foi vaiado diversas vezes, especialmente quando citado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) em seu discurso inflamado.

Além de Motta, outras lideranças políticas também enfrentaram a insatisfação do público. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também foi alvo de protestos por manter a pauta da anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro parada durante sua gestão no Senado. Deputados contrários à anistia tiveram seus nomes exibidos em cartazes, evidenciando o descontentamento da base bolsonarista com parte do Congresso Nacional.

A mobilização contou com manifestantes vestindo as cores do Brasil e carregando bandeiras nacionais, além de bandeiras dos Estados Unidos e de apoio ao presidente Donald Trump, assim como cartazes agradecendo a Trump e à Lei Magnitsky.

Pressão pelo projeto de anistia e apelo ao Congresso

Uma das principais reivindicações dos manifestantes é a aprovação do projeto de anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro. O deputado Nikolas Ferreira fez um apelo direto ao presidente da Câmara, pedindo que o projeto seja pautado para votação:

“Presidente Hugo Motta, chegou a hora de agir com responsabilidade. Não podemos tratar a vida das pessoas presas injustamente como uma peça em jogo político. Não estou pedindo a aprovação imediata, apenas que o projeto seja pautado para que possamos discutir.”

A anistia, prevista no Código Penal Brasileiro, é um mecanismo jurídico que extingue o caráter punitivo de crimes cometidos por determinados grupos, geralmente ligados a contextos políticos. Para entrar em vigor, a proposta precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Além disso, Nikolas Ferreira anunciou que irá protocolar o 30º pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, aumentando a pressão sobre os parlamentares para votarem o projeto de anistia. Segundo o deputado:

“Ou Moraes será removido do STF, ou os senadores serão cobrados nas urnas nas eleições de 2026.”

Em entrevista recente á CNN, Hugo Motta afirmou que não permitirá que a discussão sobre a anistia prejudique pautas econômicas consideradas essenciais para o país.

“Em um cenário de crise econômica mundial, não podemos permitir que o país enfrente uma crise institucional. É necessário diálogo e responsabilidade para tratar esses assuntos.”

Embora reconheça que a anistia seja uma pauta importante, Motta defende que o fortalecimento das instituições deve ser prioridade para superar os desafios atuais do Brasil.

Além da manifestação em São Paulo, protestos semelhantes foram registrados em mais de 30 cidades brasileiras. Muitos manifestantes vestiam roupas nas cores da bandeira do Brasil e carregavam símbolos nacionais, criticando também as restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro acompanhou as manifestações de sua residência, devido às medidas cautelares impostas pelo STF que o impedem de sair nos fins de semana.

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