A Guerra de Narrativas: como Netanyahu usa a retórica para enfrentar acusações de genocídio

Há 711 dias, um conflito interminável entre Israel e Gaza, com mais de 2 anos de guerra que assustou o mundo com tamanho á sua ferocidade. Atualmente, segundo dados oficiais, há mais de 64,9 mil mortos em Gaza e 90% das residências foram danificadas ou destruídas, além de uma grave crise humanitária. O conflito escalou com a resposta de Israel contra o Hamas, após o atentado de 7 de outubro de 2023, com a narrativa de uma luta do “bem contra o mal”. Israel continua a atacar Gaza.

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O discurso de Netanyahu para o povo de Israel

Apesar da crítica internacional contra a escalada do conflito terrestre em Gaza, Benjamin Netanyahu continua a investir em uma narrativa nacionalista e religiosa em seus discursos contra o Hamas. Em uma retórica de autodefesa e união nacional do “bem contra o mal”, ele usa narrativas para legitimar suas ações, onde ainda tem bastante apoio da população e de soldados israelenses. Em um de seus discursos, Netanyahu disse:

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“Meus amigos, estes são os soldados de Israel — inabaláveis, destemidos, destemidos”.

“Eles se levantaram como leões, os leões de Judá, os leões de Israel”.

“Para Israel, cada morte de civil é uma tragédia. Para o Hamas, é uma estratégia. Eles querem, na verdade, que civis palestinos morram, para que Israel seja difamado na mídia internacional e pressionado a encerrar a guerra antes que ela seja vencida”.

A ONU e o “Exílio Político”

A Comissão Internacional de Investigação da ONU concluiu nesta terça-feira, dia 16, que Israel teria cometido quatro dos cinco atos de genocídio definidos pelo direito internacional, como:

  • Matar membros do grupo.
  • Causar danos físicos e mentais graves.
  • Impor condições de vida para destruir o grupo.
  • Impedir nascimento.

Segundo o membro da comissão da ONU, Chris Sidoti:

“Nós não podemos entender o quão traumático foi o 7 de outubro para o povo de Israel. E o trauma e o seu sofrimento foram manipulados de forma implacável por Netanyahu e seus cúmplices durante os últimos dois anos. Já é hora de que eles parem”.

“Qualquer coisa que possamos fazer que ajude o povo de Israel a ver o que está acontecendo, a assumir a responsabilidade pelas ações de seu governo e a agir para pôr fim a isso, só pode ser algo bom e positivo”.

A acusação, somada às ações militares, resultou em um exílio pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), o que significa que Netanyahu não poderá mais viajar para diversos países com o risco de ser detido e colocado em uma posição de “exílio político”. Além disso, a Comissão Europeia está propondo sanções e aumentando impostos sobre produtos israelenses como uma forma de forçar um fim aos conflitos.

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