“Precisava de novos ares”: Ederson comenta saída do City e nova fase com Seleção

O goleiro Ederson vive uma nova fase na carreira. Após enfrentar uma série de lesões e ficar de fora de cinco convocações, o jogador voltou a vestir a camisa da Seleção Brasileira nesta última Data Fifa de 2025. Agora aos 32 anos, ele busca espaço no elenco de Carlo Ancelotti, técnico a quem faz questão de exaltar pela liderança e pela forma de trabalho.

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“Ver um treinador tão vitorioso comandando a equipe agrega muito para os jogadores, traz mentalidade vencedora para dentro de nós. Temos que estar juntos como grupo. Vi nesses dias o nível de treinamento e é altíssimo. Podemos esperar um grande jogo contra Senegal, que tem uma grande equipe e grandes jogadores”, destacou o goleiro, em entrevista coletiva realizada em Londres, onde o Brasil enfrenta o Senegal neste sábado (15), às 13h (horário de Brasília), no estádio do Arsenal.

Ederson não escondeu a alegria de voltar a ser convocado após um ano distante da Seleção, sua última partida foi o empate com o Uruguai, pelas Eliminatórias.

“Passar esse tempo longe da Seleção gera expectativa, ansiedade e alegria. Estou muito contente com mais uma oportunidade e espero corresponder durante os treinamentos e, se for o caso, dentro de campo. Temos um grupo muito bom, com grandes atletas, e que precisa de tempo para assimilar as ideias do treinador”, afirmou.

Apesar da experiência e dos títulos conquistados na Europa, o goleiro reconhece que a disputa por uma vaga na Copa do Mundo segue aberta.

“Nenhum jogador tem vaga garantida, o único que tem é o Ancelotti. Depois, a decisão é dele. Há muitos jogadores de qualidade e isso certamente vai causar dor de cabeça na convocação final”, brincou.

Essa convocação marca também a primeira participação de Ederson com a amarelinha desde sua transferência para o Fenerbahçe, da Turquia, após oito anos defendendo o Manchester City. A mudança, segundo o goleiro, foi essencial para renovar sua motivação profissional e pessoal.

“Todos os ciclos se encerram. Foram oito anos maravilhosos com a camisa do City, conquistei 18 títulos, mas eu precisava de novos ares. Quando surgiu o Fenerbahçe, abracei. Continuo com a mesma mentalidade vencedora, fazendo meu trabalho com o mesmo comprometimento”, contou. “Às vezes é importante buscar novos desafios. Eles trazem energia, motivação e fazem você respirar futebol novamente. Estou muito feliz com esse desafio na Turquia, onde a atmosfera dos jogos é insana. O clube está há um bom tempo sem um título nacional e quero ajudar a reconduzi-lo ao topo”, completou.

Ao comentar sobre o estilo do novo comandante da Seleção, Ederson foi enfático ao dizer que Ancelotti já mudou o ambiente interno e a mentalidade do grupo.

“Ancelotti valoriza muito o pensamento rápido e o toque curto. Ele quer que a equipe tenha a bola e seja agressiva. Quando for para defender, todos devem se compactar o mais rápido possível. Esses pequenos detalhes são o que fazem grandes seleções vencedoras. Tenho certeza de que ele vai implementar tudo o que quer e trazer de volta o brilho da Seleção Brasileira”, avaliou o goleiro.

Ederson deve ser o titular da Seleção na Data Fifa - Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Ederson deve ser o titular da Seleção na Data Fifa – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

O camisa 1 também fez uma comparação com o ciclo anterior da Seleção, sob o comando de Tite, destacando a diferença de abordagem.

“O ciclo anterior foi longo e consistente, mas essa nova fase começou com muitas trocas e instabilidade. Acho que isso atrasou um pouco o processo. Agora, com a chegada do Ancelotti, as coisas estão mudando. Ele tem trazido essa mentalidade vencedora que estávamos precisando”, observou.

Ederson revelou que já pensava em sair do Manchester City há mais tempo, mas a negociação só se concretizou na última janela.

“Na temporada anterior, eu já tinha tentado sair, mas não deu certo. Isso acabou influenciando um pouco meu rendimento. Tive cinco lesões e não estive no meu melhor nível. Eu e minha família já tínhamos decidido que, se houvesse um acordo, eu sairia. Não adianta estar em um clube gigante se não estiver feliz — isso começa a te afetar”, disse.

A escolha pela mudança para o futebol turco também foi influenciada por conversas com o preparador de goleiros da Seleção, Taffarel, e com outros brasileiros que já atuaram no Fenerbahçe. Segundo Ederson, as boas referências sobre o clube, a cidade e o povo turco tiveram peso importante em sua decisão. Ele afirmou estar satisfeito com a experiência em um novo país e com o desafio de disputar um campeonato diferente, destacando o entusiasmo com a cultura local e com o ambiente do futebol turco.

O goleiro reconheceu ainda que o caminho até o retorno à Seleção não foi fácil. As sucessivas lesões durante períodos de Data Fifa o afastaram de várias convocações, o que gerou frustração, mas também reforçou sua determinação. Ederson explicou que, apesar das dificuldades, manteve o mesmo nível de dedicação e comprometimento, com o objetivo de contribuir para que a Seleção volte ao seu mais alto patamar competitivo.

Ao ser questionado sobre a estratégia de substituir goleiros em disputas de pênaltis, o jogador adotou uma postura ponderada. Ele avaliou que essa é uma decisão situacional, que pode tanto trazer resultados positivos quanto gerar questionamentos, dependendo do contexto e da escolha do treinador. Para Ederson, tudo depende da leitura técnica e tática do momento, reconhecendo que, embora possa funcionar, a troca de goleiro em um jogo equilibrado é sempre uma medida arriscada.

Mais maduro e motivado, o goleiro demonstra estar em uma fase de renovação e plenitude profissional. Ele destacou que voltou a “respirar futebol”, reencontrando propósito e motivação para continuar vencendo, agora com novas cores, mas com a mesma mentalidade vencedora que o consagrou na Europa.

Com a confiança renovada e sob o comando de Carlo Ancelotti, Ederson volta a enxergar o caminho para mais uma Copa do Mundo. O goleiro busca não apenas reconquistar seu espaço, mas também liderar pelo exemplo, como um dos atletas mais experientes e vitoriosos da nova era da Seleção Brasileira.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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