Nos últimos meses, a Apple tem intensificado seus esforços para transferir parte da produção dos iPhones da China para a Índia, buscando diversificar sua cadeia de suprimentos e reduzir a dependência do mercado chinês. No entanto, esse movimento estratégico tem enfrentado forte resistência por parte das autoridades chinesas.
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A China tem dificultado a exportação de equipamentos essenciais para a fabricação dos aparelhos na Índia, atrasando aprovações por até quatro meses e, em alguns casos, negando pedidos sem justificativa clara. Essas medidas configuram uma tentativa de dificultar o avanço da produção indiana, mantendo o domínio da China sobre a cadeia produtiva da Apple.
Apesar dos obstáculos, a fabricante Foxconn, principal parceira da Apple, está investindo pesadamente na Índia. A empresa está construindo um complexo de 300 acres em Devanahalli, com capacidade para abrigar até 30 mil funcionários, além de anunciar um investimento de US$ 1,5 bilhão em uma nova planta de montagem de módulos de display em Tamil Nadu. Essas iniciativas têm o potencial de gerar cerca de 14 mil empregos no país.
O resultado desses esforços já é visível: em abril de 2025, as exportações de iPhones produzidos na Índia para os Estados Unidos cresceram 76% em relação ao ano anterior, superando os números da China para o mesmo mercado. Ainda assim, a produção na Índia enfrenta desafios relacionados a custos elevados e capacidade limitada, enquanto a influência da China sobre fornecedores de componentes críticos dificulta uma transferência total da produção.
A realocação significativa da produção para a Índia pode demandar investimentos da ordem de US$ 40 bilhões, considerando infraestrutura e logística. A Apple segue, portanto, em uma disputa delicada entre expandir sua presença na Índia e contornar as barreiras impostas pela China, refletindo as tensões geopolíticas atuais que impactam a indústria global de tecnologia.