Em 26 de abril de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que navios americanos, tanto militares quanto comerciais, deveriam ter permissão para transitar gratuitamente pelos canais do Panamá e de Suez. Em uma publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que essas passagens estratégicas “não existiriam sem os Estados Unidos” e instruiu o secretário de Estado, Marco Rubio, a tomar medidas imediatas para formalizar essa demanda.
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A fala reacende antigas discussões sobre a soberania e a administração dessas rotas fundamentais para o comércio global. O Canal do Panamá, construído pelos EUA e inaugurado em 1914, foi transferido oficialmente para o controle do Panamá em 1999, após tratados assinados em 1977. Já o Canal de Suez, inaugurado em 1869, é atualmente administrado pelo Egito e gera receitas bilionárias anuais com a cobrança de pedágios.
Movimentações diplomáticas e controvérsias

Trump disse ter solicitado ao Secretário de Estado, Marco Rubio, que iniciasse medidas para viabilizar a isenção das tarifas para navios americanos. A intenção é reforçar a posição dos EUA como peça-chave para a manutenção e segurança das rotas comerciais internacionais.
Em fevereiro de 2025, o Departamento de Estado anunciou que navios do governo norte-americano poderiam cruzar o Canal do Panamá sem cobrança de taxas, o que representaria uma economia de milhões de dólares anuais. A Autoridade do Canal do Panamá, no entanto, negou qualquer acordo formal ou ajuste nas tarifas cobradas, mantendo a política atual.
Impacto global e desafios

As falas de Trump podem gerar tensões diplomáticas com o Panamá e o Egito, especialmente em um momento em que o controle de rotas marítimas estratégicas está no centro de disputas geopolíticas globais. Especialistas alertam que tentar impor condições unilaterais pode desencadear reações contrárias e afetar o fluxo comercial em regiões já sensíveis.
Para além do discurso, a efetivação de uma isenção tarifária dependerá de longas negociações diplomáticas — e, possivelmente, de concessões políticas que os Estados Unidos terão de oferecer em troca.