O governo russo classificou a organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) como “indesejável”, proibindo suas atividades no território do país. A decisão, de 14/08, impede que a ONG exerça suas funções e determina que qualquer pessoa que trabalhe ou colabore com a entidade na Rússia pode sofrer sanções severas. A medida é vista como uma tentativa de limitar a liberdade de expressão e reduzir o acesso à informação para a sociedade russa.
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A legislação russa, criada em 2015, permite a classificação de entidades estrangeiras como “indesejáveis”. Com isso, o governo tem o poder de proibir a atuação de qualquer ONG que, em sua avaliação, represente ameaça à segurança ou à ordem constitucional.
Consequências da medida
- Censura: veículos de comunicação e cidadãos estão proibidos de fazer menções positivas ou republicar informações da ONG, dificultando que o público tenha acesso ao seu trabalho.
- Fim das atividades: a organização deve encerrar imediatamente suas operações e fechar escritórios no território russo.
- Risco de prisão: qualquer pessoa que colaborar, financiar ou organizar eventos ligados à RSF pode ser detida.
Sobre a Repórteres Sem Fronteiras
A RSF (Repórteres Sem Fronteiras) é uma organização internacional sem fins lucrativos que surgiu com o intuito de defender a liberdade de imprensa e de informação em todo o mundo. Uma das suas atuações mais conhecidas é a publicação do Índice Mundial de Liberdade de Imprensa, além de prestar assistência a imprensa ou a jornalistas que estão em perigo.
Após a decisão russa, a RSF declarou que ser classificada como “indesejável” é uma “honra” e prometeu continuar lutando contra a censura e a propaganda do regime. A ONG destacou que a medida faz parte de uma campanha mais ampla do governo russo para silenciar o jornalismo independente, especialmente desde a guerra na Ucrânia.. A proibição da RSF é um sinal do crescente isolamento da Rússia em relação aos padrões internacionais de liberdade de imprensa.
“Mas isso não nos silenciará”.
Thibaut Bruttin, diretor-geral da Repórteres Sem Fronteiras detalhou duas frentes de atuação da Repórteres Sem Fronteiras. Ele mencionou a ajuda prestada a jornalistas perseguidos, citando o caso de Ekaterina Barabash, que enfrentou uma possível pena de dez anos de prisão por criticar o exército russo. Além disso, destacou o projeto Svoboda, que leva informações independentes via satélite a 4,5 milhões de domicílios russos e aproximadamente 800 mil nas regiões ocupadas da Ucrânia.