Nunes cobra consenso e critica tarifa de Trump a produtos brasileiros: “Absurdo”

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta terça-feira (15) esperar um “consenso” nas negociações contra o tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump a produtos brasileiros. A medida, anunciada recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, atinge em cheio setores produtivos de São Paulo e tem gerado forte repercussão política e econômica.

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“Espero que cheguem aí num consenso para que a gente possa até o dia 1º de agosto ter resolvido e não chegar nessa tarifa absurda de 50%”, disse o prefeito, classificando a medida como desproporcional.

A declaração foi dada durante agenda em Brasília, onde Nunes acompanhava a votação da PEC que trata da limitação no pagamento de precatórios por parte dos municípios.

Embora tenha se posicionado contra o aumento tarifário, Nunes destacou que as tratativas têm sido conduzidas principalmente pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governador se reuniu, ainda nesta manhã, com representantes do setor empresarial no Palácio dos Bandeirantes e, segundo nota oficial, prometeu “todo o esforço necessário” para buscar um desfecho favorável à economia paulista.

Ricardo Nunes em  entrevista coletiva - Foto: Reprodução/Agência Brasil
Ricardo Nunes em entrevista coletiva – Foto: Reprodução/Agência Brasil

O encontro, contudo, não passou despercebido no campo político. De acordo com apuração da CNN, a movimentação de Tarcísio teria causado incômodo entre bolsonaristas. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, foi às redes sociais acusar o governador de “subserviência servil às elites”.

A declaração vem na esteira da polêmica gerada pela tentativa de Tarcísio de responsabilizar o governo Lula pela decisão de Trump — o que gerou reação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Como eu acredito que o tiro vai sair pela culatra, isso não pode se sustentar. A extrema direita vai ter que reconhecer, mais cedo ou mais tarde, que deu um enorme tiro no pé, porque está prejudicando o principal estado do país, que é justamente São Paulo. É o suco de laranja de São Paulo. São os aviões produzidos pela Embraer”, afirmou Haddad.

Diante da tensão política e do impacto econômico previsto para setores estratégicos, o governo paulista tem tentado, nos bastidores, evitar o agravamento da situação e sinalizar apoio ao empresariado. Para Ricardo Nunes, o momento exige diálogo e esforço conjunto:

“Não se trata de ideologia, mas de proteger empregos, exportações e a economia da cidade e do estado de São Paulo”, afirmou o prefeito.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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