Netanyahu espera que reunião com Trump ajude a viabilizar cessar-fogo na Faixa de Gaza

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou estar confiante de que sua reunião com o presidente Donald Trump, na Casa Branca em hoje (7), pode “ajudar a avançar” nas negociações por um cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza e na libertação de reféns israelenses mantidos pelo Hamas. A declaração foi feita antes de sua partida para Washington, após uma rodada indireta de conversas em Doha, no Catar, mediadas por Qatar, Egito e Estados Unidos.

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O acordo em formação, considerado “final” por Trump, inclui trocas de prisioneiros , com previsão de liberação de um grupo inicial de reféns em troca de detentos palestinos e a retirada parcial das tropas israelenses, além da entrada de ajuda humanitária sob supervisão da ONU. Fontes diplomáticas apontam que o Hamas já está analisando a proposta, embora ressalte a necessidade de garantias adicionais, como o controle da ajuda, retirada mais ampla e supervisão internacional.

Netanyahu garantiu que enviou à negociação em Doha uma equipe com “instruções claras” para concluir um cessar-fogo nas condições já aceitas por Israel, e afirmou que o encontro com Trump servirá para alavancar o processo político-diplomático por meio dos Estados Unidos.

Donald Trump em reunião com Benjamin Netanyahu, líder de Israel - Foto: Reprodução/Kevin Dietsch/GETTY IMAGES NORTH AMERICA
Donald Trump em reunião com Benjamin Netanyahu, líder de Israel – Foto: Reprodução/Kevin Dietsch/GETTY IMAGES NORTH AMERICA

Por sua vez, Trump afirmou que Israel já aceitou os termos necessários para selar a trégua, e manifestou otimismo de que um acordo será alcançado “nesta semana”. O presidente americano também ressaltou que a mediação dos EUA, Catar e Egito está mantendo as negociações em andamento, apesar de divergências sobre os termos.

O contexto é delicado: enquanto negociadores israelenses e palestinos se reúnem em Doha, as forças militares israelenses continuam operações em Gaza, causando mortes e dificultando a implementação imediata da trégua. Internamente, Netanyahu enfrenta pressões de ministros de direita e de sua coalizão para adotar uma posição mais firme, o que pode complicar eventual acordo.

O encontro representa a terceira visita de Netanyahu à Casa Branca desde o retorno de Trump à presidência, com encontros anteriores tendo discutido temas como conflito com o Irã, acordos diplomáticos na região e agora a crise em Gaza.

Para o público israelense, mais atento à libertação de cerca de 50 reféns ainda mantidos, o apelo de Netanyahu à mediação norte-americana cria expectativas de avanço real na guerra, enquanto no plano internacional cresce a pressão por uma trégua duradoura que alivie a catástrofe humanitária — o conflito já deixou mais de 57 mil mortos em Gaza em 21 meses de guerra.

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