O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, apontando a existência de indícios de infiltração do Comando Vermelho (CV) em estruturas políticas do Estado.
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A decisão foi tomada no âmbito de uma investigação que apura possíveis repasses de informações sigilosas e favorecimento de membros da facção.
De acordo com a decisão, Bacellar teria acesso a dados sensíveis relacionados a operações policiais e, segundo a investigação, atuado para alertar aliados vinculados ao crime organizado.
O STF vê o episódio como parte de uma “estratégia de cooptação de agentes públicos”, o que representaria um grave risco à ordem pública.
Moraes afirmou que o conjunto de elementos aponta para uma “profunda infiltração política” da facção no Rio de Janeiro, fenômeno que, segundo o ministro, contribui para a formação de um “estado paralelo”, expressão que se refere ao domínio territorial e institucional exercido por grupos criminosos sobre órgãos oficiais.
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Além da prisão preventiva, o ministro determinou o afastamento imediato de Bacellar da presidência da Alerj, operações de busca e apreensão e medidas restritivas destinadas a garantir o andamento das investigações.
A avaliação do STF é que sua permanência no cargo poderia comprometer provas, influenciar testemunhas e interferir diretamente no curso da apuração.
O caso reacende o alerta sobre a expansão das facções criminosas para além dos territórios dominados, alcançando espaços institucionais estratégicos.
Especialistas destacam que a prisão de uma autoridade com esse nível de influência expõe a fragilidade das fronteiras entre a política e o crime organizado no Estado do Rio de Janeiro, uma realidade que exige respostas rápidas e articuladas entre Judiciário, Executivo e forças de segurança.









