O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para investigar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por suposta obstrução de Justiça.
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A medida insere um dos principais nomes da oposição em um processo de apuração que pode ganhar peso político nos próximos meses.
De acordo com informações preliminares, a suspeita é de que Tarcísio teria atuado para atrapalhar investigações envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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O caso ainda não foi detalhado publicamente, mas o envio à PGR abre caminho para uma análise sobre a conduta do governador e sua eventual responsabilidade em práticas que poderiam configurar interferência no trabalho de autoridades judiciais.
O despacho de Moraes não implica abertura automática de inquérito, já que cabe à Procuradoria avaliar se existem elementos suficientes para a investigação formal.
Caso avance, o procedimento pode representar a primeira grande crise jurídica da gestão Tarcísio em São Paulo, que até agora vinha mantendo foco em sua agenda administrativa e em movimentações políticas de longo prazo. A situação também coloca pressão sobre o governador no cenário nacional.
Considerado um dos nomes mais fortes do campo bolsonarista para a disputa presidencial de 2026, Tarcísio pode ver sua projeção afetada por uma investigação dessa natureza.
O episódio tende a alimentar discursos tanto da oposição quanto da base governista, que já apontam contradições no discurso do governador sobre legalidade e transparência.
Por outro lado, aliados de Tarcísio afirmam que a medida é “mais um capítulo da perseguição judicial contra nomes ligados ao bolsonarismo” e garantem que o governador não cometeu qualquer irregularidade.
A defesa política de Tarcísio aposta no fortalecimento da narrativa de vitimização, estratégia recorrente dentro do grupo bolsonarista.
O desdobramento do caso ficará a cargo da PGR, que deverá decidir se abre ou não uma investigação formal. Até lá, o episódio adiciona mais uma camada de tensão na relação entre Judiciário e figuras do bolsonarismo, mostrando que a vigilância sobre supostas tentativas de obstrução de Justiça seguirá no centro do debate político nacional.