Moraes avisa a Bolsonaro que se houver novo descumprimento, a prisão será imediata

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse, nesta quinta-feira (24), que não tem dúvida de que o ex-presidente Jair Bolsonaro violou sim a proibição de utilizar as redes sociais, mas foi um episódio pontual e não seria o bastante para decretar a prisão preventiva.

Leia também: Lula aprova lei que reserva 30% dos cargos administrativos em empresas estatais para mulheres

Na última segunda-feira (21), a defesa de Bolsonaro foi convocada por Moraes para esclarecer o descumprimento da proibição de usar redes sociais, direta ou indiretamente.

“Por se tratar de irregularidade isolada, sem notícias de outros descumprimentos até o momento, bem como das alegações da defesa de Jair Messias Bolsonaro da ‘ausência de intenção de fazê-lo, tanto que vem observando rigorosamente as regras de recolhimento impostas’, deixo de converter as medidas cautelares em prisão preventiva, advertindo ao réu, entretanto, que, se houver novo descumprimento, a conversão será imediata”, escreveu o ministro.

Os advogados negaram qualquer intenção do ex-presidente de violar as restrições e afirmaram que ele “vem observando rigorosamente as regras de recolhimento impostas”.

Moraes "perdoa" erro de Bolsonaro, mas deixa claro que não agirá assim novamente
Moraes “perdoa” erro de Bolsonaro, mas deixa claro que não agirá assim novamente – Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Nessa mesma decisão, Moraes deixou claro que o ex-presidente não está proibido de condecer entrevistas, mas de usar as redes sociais, de forma direta ou por meio de terceiros.

“A explicitação da medida cautelar imposta no dia 17/7 pela decisão do dia 21/7, deixou claro que não será admitida a utilização de subterfúgios para a manutenção da prática de atividades criminosas, com a instrumentalização de entrevistas ou discursos públicos como ‘material pré-fabricado’ para posterior postagens nas redes sociais de terceiros previamente coordenados”, afirmou.

De acordo com o ministro, caso algum conteúdo de Bolsonaro seja replicado nas redes, a medida cautelar será considerada descumprida, o que levará a uma prisão preventiva.

“Será considerado burla à proibição […] à replicação de conteúdo de entrevista ou de discursos públicos ou privados reiterando as mesmas afirmações caracterizadoras das infrações penais que ensejaram a imposição das medidas cautelares, para que, posteriormente, por meio de ‘milícias digitais’, ou mesmo apoiadores políticos, ou ainda, por outros investigados, em patente coordenação, ocorra a divulgação do conteúdo ilícito previamente elaborado especialmente para ampliar a desinformação nas redes sociais”, afirmou Moraes.

Autor

  • Juma Neves

    Júlia é estudante de Jornalismo, assessora de imprensa e, além de redatora, faz parte da equipe de comunicação da Associação Civil Nós, Seguras! Ainda na infância percebeu seu amor pela comunicação e sua missão nela: trazer as informações de uma forma que todos possam entendê-la. Por isso, valoriza as palavras claras e uma abordagem didática.

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *