Um ataque israelense ao hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, deixou 20 mortos, incluindo cinco jornalistas, e feriu diversas pessoas, segundo o Ministério da Saúde local. Vídeos registrados de dentro e fora da unidade mostram o momento em que profissionais de imprensa e equipes de resgate foram atingidos pelo segundo míssil disparado em sequência.
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O hospital Nasser, único ainda em funcionamento em Khan Younis, foi atingido por dois mísseis em intervalos distintos. Testemunhas relataram que a segunda explosão ocorreu enquanto jornalistas e equipes de resgate trabalhavam no local, tentando atender feridos e retirar corpos do primeiro ataque.
Vídeos e relatos
Em um dos vídeos gravados dentro do hospital, um jornalista atingido registrava a equipe de resgate no atendimento às vítimas do primeiro ataque. Uma nova explosão interrompe a gravação com uma nuvem de poeira, evidenciando a intensidade do bombardeio.
Outro vídeo, filmado da rua por um cinegrafista da TV local Alghad, mostra o impacto do segundo ataque, reforçando a gravidade da ofensiva contra o hospital.
O Ministério da Saúde palestino afirmou que o hospital é o maior da cidade e único operacional no sul de Gaza, enquanto a Defesa Civil relatou que foi a 26ª vez que suas equipes foram alvos de ataques israelenses durante resgates.




Reações internacionais
O Exército israelense confirmou o bombardeio, lamentando “qualquer ferimento entre pessoas não envolvidas”, sem esclarecer se jornalistas eram alvo específico. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o ocorrido como um “acidente trágico”.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou não estar feliz com o ataque:
“Não quero ver isso”, destacando a necessidade de um acordo para a libertação de reféns israelenses ainda sob custódia do Hamas.
Líderes internacionais, como o presidente francês Emmanuel Macron, condenaram o ataque, considerando-o “intolerável” e reforçando que a mídia deve operar com liberdade e segurança.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, também repudiou o ataque, destacando que jornalistas e profissionais de saúde enfrentam riscos extremos em meio ao conflito.
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Jornalistas mortos e contexto
Entre os profissionais mortos estão Ahmed Abu Aziz, Moaz Abu Taha, Mariam Abu Dagga, Mohammed Salama e Hussam al-Masri. Um trabalhava como freelancer para a Reuters, outro para a Associated Press, e os demais para a Al Jazeera.
A Reuters lamentou a morte de Hussam al-Masri e informou que outro contratado, Hatem Khaled, foi ferido. A transmissão ao vivo de Hussam foi interrompida abruptamente pelo ataque.

Israel restringe a entrada de repórteres internacionais em Gaza, obrigando veículos de mídia a contratar jornalistas palestinos para cobrir o conflito.
No início de agosto, outros seis profissionais da Al Jazeera também morreram em ataques israelenses, em meio à escalada das operações em Gaza, que incluem uma ofensiva terrestre para tomar a Cidade de Gaza.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas Palestinos, mais de 240 jornalistas palestinos foram mortos desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, evidenciando o perigo constante enfrentado pela imprensa no conflito.