Na última quinta-feira (4), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lançou, em Belo Horizonte, o programa “Gás do Povo”, que prevê a distribuição de botijões de gás a famílias de baixa renda. A iniciativa deve beneficiar 15,5 milhões de lares atendidos por programas sociais e terá um custo estimado de R$ 5 bilhões em 2026. O evento ocorreu em uma comunidade da capital mineira e não contou com a presença do governador Romeu Zema (Novo-MG).
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Durante o discurso, Lula destacou a relevância do projeto para a redução dos custos das famílias mais vulneráveis, mas aproveitou a ocasião para criticar o governo de Jair Bolsonaro (PL). O petista afirmou que encontrou o Brasil “um pouco desajustado” ao reassumir a Presidência em janeiro de 2023 e acusou o antecessor de desmontar programas sociais e interromper obras já iniciadas.
O presidente também fez referência ao programa habitacional lançado na gestão Bolsonaro. “[…] cadê a Casa Verde e Amarela que eles iam construir? Eles podem ter o sangue amarelo, mas o meu é vermelho da cor do sangue de toda a humanidade e de todo animal vivo no mundo.”, ironizou, retomando a retórica de que seu governo tem o papel de restaurar políticas públicas interrompidas.
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Segundo Lula, os dois primeiros anos de seu terceiro mandato foram dedicados à “reconstrução” das políticas que haviam sido abandonadas. Agora, em sua avaliação, o país entra em um momento de “colheita” dos investimentos e iniciativas realizados desde 2023.
“Não tinha um monte de coisas que agora vocês têm, e vocês têm porque não é favor do governo. É obrigação do governo cuidar do povo brasileiro, porquê está escrito na Constituição. E nós não fomos eleitos para governar para os mais ricos”, disse o petista.
A primeira-dama Janja da Silva também se manifestou, elogiando o programa em nome das mulheres brasileiras. Lula criticou a discrepância entre o valor de venda da Petrobras (R$ 37) e o preço final ao consumidor (R$ 150).
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), participou do ato e também fez críticas à direita. Sem confirmar oficialmente sua candidatura ao governo mineiro em 2026, Pacheco ressaltou que a democracia foi alvo de ataques nos últimos anos. “A democracia que foi atacada, vilipendiada, tentaram dar um golpe neste país, e o povo brasileiro disse ‘não’ elegendo Lula. […]”, completou.
As declarações de Lula e Pacheco ocorreram na mesma semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente de liderar uma tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022, em um plano que teria começado a ser articulado em 2021.