Lula cobra lealdade do Centrão em reunião ministerial e critica avanço político de Tarcísio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou, em uma reunião ministerial realizada na última terça-feira (26), a necessidade de lealdade dos ministros ligados ao Centrão. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e foi marcado por cobranças diretas a integrantes do União Brasil e do Progressistas (PP), partidos que, apesar de ocuparem cargos no governo, mantêm alas de oposição.

LEIA TAMBÉM: Donald Trump considera retorno da pena de morte em Washington

Lula pede definição de posição dos ministros do Centrão

Segundo relatos de auxiliares presentes, Lula afirmou que ministros que não se dispõem a defender o governo não podem permanecer em seus cargos. O recado foi direcionado, principalmente, a nomes do União Brasil e do PP, que ocupam pastas estratégicas. Entre eles, estão Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração Nacional), Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e André Fufuca (Esporte).

O presidente destacou que, em momentos de enfrentamento político, não é aceitável que esses ministros permaneçam neutros ou próximos da oposição. Para Lula, ocupar uma cadeira no governo exige compromisso público com a gestão.

Evento de homologação gera desconforto

As cobranças de Lula ganharam força após um evento de homologação da federação partidária que reuniu líderes do União Brasil. Na avaliação do presidente, os ministros deveriam ter se posicionado a favor do governo. Caso contrário, segundo ele, o correto seria entregar os cargos.

Até pouco tempo, Lula compartilhava da análise do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que considerava improvável Tarcísio abrir mão de uma reeleição tranquila no governo paulista. No entanto, o presidente mudou o tom e passou a avaliar que Bolsonaro não terá alternativa a não ser apoiar o aliado paulista. A fala gerou constrangimento entre os presentes, já que alguns ministros se viram pressionados a demonstrar fidelidade política em um cenário de divisões internas nos partidos.

Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos

Tarcísio de Freitas no radar para 2026

Outro ponto sensível abordado por Lula foi a possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência da República em 2026. O governador de São Paulo vem sendo cotado como principal aposta da oposição para o pleito, sobretudo após a fragilidade política de Jair Bolsonaro (PL).

Até pouco tempo, Lula compartilhava da análise do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que considerava improvável Tarcísio abrir mão de uma reeleição tranquila no governo paulista. No entanto, o presidente mudou o tom e passou a avaliar que Bolsonaro não terá alternativa a não ser apoiar o aliado paulista.

União Brasil e PP sob pressão

As declarações de Lula atingiram diretamente a cúpula do União Brasil, liderado por Antônio Rueda, e também do PP. Ambos os partidos fazem parte da base governista, mas contam com alas mais próximas da oposição.

Lula deixou claro que espera maior alinhamento político e menos ambiguidades de seus ministros. Essa postura reforça a tentativa do Planalto de consolidar uma base sólida no Congresso para aprovar projetos importantes.

Alckmin ganha destaque na reunião

Durante a reunião, Lula também fez questão de elogiar Geraldo Alckmin, vice-presidente e aliado histórico do PSB. O gesto foi interpretado como um sinal de que a parceria entre os dois seguirá firme até as eleições de 2026.

O petista deu a entender que pretende manter a “dobradinha” com Alckmin em sua futura campanha à reeleição, fortalecendo a imagem de estabilidade dentro do núcleo central do governo.

Estratégia do Planalto para conter desgaste

Diante da pressão, ministros ligados ao Centrão reconhecem a delicadeza da situação. Parte deles já sinalizou que evitará participar de eventos com tom oposicionista, como o que envolveu Tarcísio recentemente.

Apesar do mal-estar, lideranças do União Brasil e do PP descartam pedir desfiliação do governo e garantem que continuarão apoiando Lula. Para eles, os partidos são grandes e abrigam correntes divergentes, algo comum em legendas de ampla representação nacional.

Autor

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *