O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), criticou, nesta quinta-feira (18), a rapidez em que o projeto de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 está sendo votado. O deputado afirma que a proposta é “um ataque direto à nossa democracia“:
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Na quarta-feira (17), a Câmara aprovou a urgência para acelerar o processo. O projeto, feito pelo deputado Marcelo Crivella (Republicanos), quer perdoar quem participou dos ataques contra os prédios dos três Poderes. Para José Guimarães, dar anistia para quem cometeu tais atos é um retrocesso. Ele afirma que é preciso justiça e respeito ao Estado Democrático de Direito.
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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), nomeou o deputado Paulinho da Força como relator para elaborar um texto substitutivo que tenha o apoio da maioria. Portanto, o projeto poderá ser colocado em votação assim que o relator apresentar seu parecer. Em entrevista à rádio CBN, Paulinho afirmou que pretende apresentar o texto com foco em redução de penas, e não em anistia total aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Outro líder do PT, Lindbergh Farias, defende que não deve existir pacificação com os envolvidos aos ataques:
“Nós não acreditamos em pacificação com esse pessoal. Esse pessoal sempre escala com as instituições. […] Essa turma não quer pacificação. Hoje há aqui uma rendição para o bolsonarismo”.
O tema tem causado muita discussão no Congresso. Alguns defendem a anistia como forma de resolver o conflito, enquanto outros querem que todos sejam responsabilizados.O debate sobre a anistia tem dividido opiniões entre as lideranças partidárias, com partidos como PT, PCdoB, PV, PSOL, MDB e PDT contra a urgência da votação.