Haddad acusa pressão da extrema-direita dos EUA por cancelamento de reunião com o secretário do Tesouro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na última segunda-feira (11) que a reunião marcada para quarta-feira (13) com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada. Segundo ele, a decisão teria sido influenciada por pressões de setores da extrema-direita norte-americana ligados à Casa Branca.

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Em entrevista à GloboNews, Haddad declarou:

“A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala, agiu junto a alguns assessores, e a reunião virtual que seria na quarta-feira foi desmarcada”.

O encontro tinha como objetivo discutir o aumento das tarifas imposto por Trump sobre produtos brasileiros. Segundo Haddad, essa conversa seria inicialmente por videoconferência, com a possibilidade de um segundo momento presencial. Ele já havia se reunido com Bessent em maio, na Califórnia, e esperava retomar as negociações para apresentar a posição brasileira.

Haddad afirmou ter sido informado do cancelamento por e-mail “um ou dois dias” após o próprio secretário anunciar publicamente a reunião. Para ele, o motivo não está relacionado a questões comerciais, mas sim a um posicionamento político.

“Argumentaram falta de agenda. Uma situação bem inusitada. O que fica claro para nós é que a questão comercial não está em foco”, declarou.

De acordo com o ministro, a postura dos Estados Unidos com o Brasil contrasta com a adotada em relação a outros parceiros comerciais. Ele citou a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul como exemplos de países que conseguiram avançar em negociações mesmo diante das tarifas impostas pelo governo Trump.

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