O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou na última terça-feira (10) que a declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o aumento de impostos, deve ser interpretada com cautela. De acordo com Haddad, ao dizer que o Congresso não tem compromisso com a aprovação das medidas, o parlamentar adotou uma postura de prudência.
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Motta havia dito, na segunda-feira (9), que a Medida Provisória enviada pelo governo para ampliar a arrecadação não tem apoio garantido entre os deputados.
“Não há, do Congresso, o compromisso de aprovar essas medidas que vêm na MP (Medida Provisória). A medida provisória será enviada apenas para que, do ponto de vista contábil, não se tenha que aumentar o contingenciamento que já está sendo feito”, disse Motta.
Em resposta, Haddad destacou:
“É uma fala de prudência, porque, veja bem, não está com os 513 parlamentares. Nunca ele pode tomar uma decisão de aprovar ou não sem ouvir as bancadas”.
As falas de ambos ocorrem em meio à polêmica sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), adotado pelo governo em maio. A expectativa inicial era arrecadar R$ 19 bilhões em 2025 e dobrar esse valor em 2026. No entanto, após críticas de setores políticos e econômicos, o governo recuou parcialmente.
Com a mudança, a projeção de arrecadação caiu para cerca de R$ 6 a 7 bilhões em 2025, e para aproximadamente R$ 12 bilhões no ano seguinte. Para compensar essa perda, a equipe econômica elaborou novas propostas, que envolvem a elevação de outros tributos e já foram encaminhadas ao Congresso.
De acordo com estimativas da Warren Investimentos, as medidas adicionais podem gerar até R$ 44 bilhões em receita bruta para os cofres públicos em 2026. Apesar das críticas, o governo segue tentando equilibrar as contas e cumprir as metas fiscais definidas para os próximos anos.