As principais lideranças evangélicas no país têm demonstrado grande expectativa em relação à possível nomeação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF). Para esse grupo, sua presença pode fortalecer o que classificam como “bloco conservador” da Corte e, assim, frear decisões consideradas alinhadas a pautas progressistas, especialmente nas áreas de costumes e direitos civis.
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Messias e a expectativa de barrar temas sensíveis
Entre os pontos de maior preocupação para segmentos religiosos estão debates como a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, o uso de banheiros por pessoas trans, e a presença de crianças e adolescentes em eventos do orgulho LGBTQIA+. Para essas lideranças, a chegada de Messias ao STF pode representar um freio a decisões que consideram avanços “excessivos” em temas morais.
Disputa política e resistência no Senado
Barroso era visto como um dos principais representantes do campo progressista dentro do STF. Seu histórico inclui votos favoráveis à descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, à ampliação de direitos da comunidade LGBTQIA+ e à defesa da criminalização da homofobia e da transfobia. Sua saída abre espaço para uma reconfiguração interna da Corte, cujo impacto ainda é incerto.
Palavras-chave: bloco progressista, maconha, homofobia, transfobia.
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A possível formação de um bloco conservador
Nos bastidores, lideranças evangélicas já se mobilizam pela aprovação de Messias, acreditando que ele poderá compor uma ala mais conservadora do STF. Esse grupo incluiria ministros como Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Luiz Fux — que tem defendido que alguns temas deveriam ser decididos pelo Congresso Nacional — além dos ministros indicados por Jair Bolsonaro: Kassio Nunes Marques e André Mendonça.
Embora esses magistrados não formem um bloco rígido, são vistos como mais sensíveis à ideia de limitar o protagonismo judicial em pautas sociais.
Mendonça articula apoio para Messias nos bastidores
O ministro André Mendonça tornou-se peça central na articulação para reduzir resistências à nomeação de Messias, especialmente entre senadores da oposição e apoiadores do ex-presidente Bolsonaro. Esses grupos enxergam Messias como um nome ideologicamente vinculado ao PT, associado aos governos de Lula e Dilma Rousseff. Segundo aliados, Mendonça já sinalizou que pretende conversar com líderes conservadores para amenizar a rejeição.
Origem religiosa aproxima Messias de setores evangélicos
Tanto Messias quanto Mendonça compartilham um ponto comum que tem agradado à base evangélica: sua formação religiosa. Messias é membro da Igreja Batista, enquanto Mendonça é pastor da Igreja Presbiteriana. Essa identificação reforça, entre pastores e parlamentares cristãos, a percepção de que Messias seria mais receptivo a valores conservadores, ainda que não haja garantias sobre seus futuros posicionamentos na Corte.









