O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez novas e duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante um evento conservador realizado nesta sexta-feira (15) nos Estados Unidos.
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Em seu discurso, o parlamentar chamou Moraes de “psicopata” e afirmou que irá “às últimas consequências” para retirá-lo do cargo, intensificando o embate verbal que mantém com o magistrado desde o início do inquérito das fake news.
Segundo Eduardo, o ministro atua “fora dos limites constitucionais” e tem perseguido adversários políticos, em referência às decisões que determinaram bloqueio de contas, remoção de conteúdos das redes sociais e prisões preventivas no âmbito das investigações sobre ataques à democracia.
“Um homem só não pode ter o poder de calar todo um povo. Ele é um psicopata e precisa ser contido”, declarou, recebendo aplausos da plateia formada por apoiadores e lideranças internacionais alinhadas à direita.
O parlamentar não apresentou detalhes sobre as ações que pretende adotar, mas afirmou que buscará articulação com colegas no Congresso e com organizações internacionais para denunciar o que considera abusos de autoridade.
O tom do discurso reforça o histórico de atritos entre Eduardo e o STF, especialmente com Moraes, que nos últimos anos se tornou alvo frequente de ataques de parlamentares e militantes bolsonaristas.
A fala provocou forte repercussão no meio político. Parlamentares da base governista classificaram as declarações como “ataques antidemocráticos” e defenderam que a Procuradoria-Geral da República avalie a possibilidade de responsabilização judicial.
Já aliados do deputado afirmaram que ele expressou “o sentimento de revolta de parte significativa da população brasileira” e que suas palavras refletem um “clamor popular por liberdade de expressão”.
O Supremo Tribunal Federal não se manifestou oficialmente sobre o discurso. Moraes, por sua vez, tem defendido publicamente que suas decisões buscam proteger o Estado democrático de direito e conter movimentos que atentam contra as instituições.
Em pronunciamentos recentes, o ministro enfatizou que “a liberdade de expressão não é liberdade de agressão” e que a Constituição prevê limites para discursos que incentivem atos antidemocráticos.
A escalada de ataques a integrantes da Corte acontece em um momento de tensão política, marcado por discussões sobre a regulação das redes sociais, as investigações sobre os atos de 8 de Janeiro e o papel do STF na preservação da ordem institucional. Analistas apontam que o embate direto entre parlamentares e ministros do Supremo tende a aumentar, especialmente em ano pré-eleitoral.