Carla Zambelli é presa na Itália após condenação do STF

Nesta terça-feira (29), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa em Roma. A ação ocorreu após informações do deputado italiano Angelo Bonelli e confirmação pelo Ministério da Justiça brasileira, com apoio da Polícia Federal e da Interpol. Bonelli relatou ter informado às autoridades o endereço do apartamento onde Zambelli estava abrigada, possibilitando sua identificação pela polícia.

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Zambelli havia sido condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF a dez anos de prisão em regime fechado e perda de mandato, por crime de invasão informática, falsidade ideológica e inserção de documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado falsamente atribuído ao ministro Alexandre de Moraes. Ela e o hacker Walter Delgatti Neto foram considerados responsáveis por manipular sistemas institucionais para constranger o Judiciário.

Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil em maio de 2025, cruzou a fronteira pela Argentina e entrou nos EUA antes de se dirigir à Itália, onde afirma ter cidadania e se considerar “intocável”. Mesmo assim, o governo brasileiro requisitou sua extradição, e ela foi incluída na lista vermelha da Interpol.

A defesa de Zambelli contesta a condenação, alegando perseguição política e irregularidades no processo, baseado essencialmente em delações do hacker Delgatti, que teria sofrido coerções e prestado declarações inconsistentes. O caso reacendeu debates sobre extradição: conforme especialistas, a Itália pode negar a devolução em caso de crimes considerados políticos ou por influência de aliados dentro do Executivo italiano ligados a partidos como o de Matteo Salvini, que integra a coalizão de governo.

Na Itália, enquanto isso, a localização de Zambelli já era conhecida pelos serviços de inteligência desde junho, e houve relatos de que ela poderia se mover para regiões como o Vêneto, com apoio político interno, em articulação para evitar a extradição.

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