O governo australiano anunciou na última terça-feira (26) a expulsão do embaixador do Irã em Canberra, após acusações de que o país estaria por trás de uma série de ataques antissemitas em território australiano.
A decisão marca um dos episódios mais graves nas relações diplomáticas entre os dois países nas últimas décadas. Segundo as autoridades, investigações conduzidas pelos serviços de inteligência identificaram a participação de agentes ligados a Teerã em ações de intimidação contra comunidades judaicas na Austrália.
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O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que o governo não tolerará:
“Qualquer forma de extremismo importado que ameace a segurança nacional e a convivência democrática”.
O caso ganhou repercussão após o aumento de incidentes envolvendo símbolos nazistas e ameaças contra instituições judaicas em Sydney e Melbourne, cidades que concentram a maior parte da comunidade judaica australiana. O governo classificou os atos como “terrorismo antissemita” e prometeu reforçar a proteção a centros comunitários e sinagogas.
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O Irã negou as acusações e criticou a medida de expulsão, alegando que se trata de uma “manobra política para servir a interesses externos”.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores iraniano acusou a Austrália de se alinhar “cegamente” às políticas de Israel e dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Analistas afirmam que a decisão pode provocar um rompimento nas relações diplomáticas entre os dois países e gerar impactos em áreas sensíveis, como comércio e cooperação regional.
Para a comunidade judaica australiana, no entanto, a medida representa um sinal de firmeza do governo contra o avanço do antissemitismo.