Anistia “light”: proposta volta ao debate no Congresso e exclui Bolsonaro de perdão pelo 8/1

O debate sobre uma possível anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro volta ao centro das atenções nesta terça-feira (16), em reunião de líderes conduzida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O tema ganha força poucos dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.

LEIA TAMBÉM: G7 é pressionado por EUA a impor tarifas sobre países que compram petróleo russo

Segundo apuração da CNN, uma ala do Supremo e o Palácio do Planalto sinalizaram disposição em aceitar um texto alternativo, considerado menos radical. A proposta, apelidada de “anistia light”, exclui Bolsonaro do benefício e tem foco nos participantes dos ataques aos Três Poderes.

O que é anistia

A anistia, prevista no Código Penal, extingue a punibilidade de determinados crimes. No entanto, a Constituição veda o perdão a delitos hediondos, como homicídio, estupro, genocídio, tortura, tráfico de drogas e terrorismo.

Como funcionaria a “anistia light”

O novo projeto difere da versão ampla defendida por aliados do ex-presidente. Entre os principais pontos, estão:

Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos

  • Redução de penas para tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Agravamento da punição quando a abolição for cometida em contexto de tentativa de golpe, como no caso de Bolsonaro;
  • Criação de um tipo penal específico, com penas menores, para quem agiu influenciado pela multidão sem exercer liderança ou financiar atos;
  • Aumento da pena para líderes de ataques antidemocráticos.

Atualmente, a pena para abolição violenta do Estado Democrático varia de 4 a 8 anos, e para tentativa de golpe, de 4 a 12 anos. O novo texto reduziria parte dessas sanções, mas endureceria o tratamento para organizadores e financiadores.

O impasse político

A oposição tenta desde o início do ano aprovar uma anistia ampla, que incluiria Bolsonaro. O projeto original do PL prevê perdão a manifestantes, empresários e caminhoneiros que participaram de atos de contestação entre 30 de outubro de 2022 e a entrada em vigor da lei.

Embora o texto atual não contemple Bolsonaro, aliados pressionam para estender o benefício ao ex-presidente, o que lhe devolveria a elegibilidade e abriria caminho para disputar as eleições de 2026.

O embate entre a versão restrita, apoiada pelo Planalto e parte do STF, e a anistia ampla, defendida pela oposição, deve marcar os próximos movimentos no Congresso.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *