A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) anunciou que vai reduzir seu orçamento em quase um quinto no próximo ano, passando de US$ 10,2 bilhões em 2025 para US$ 8,5 bilhões em 2026, devido a restrições financeiras impostas pela queda no financiamento internacional. A decisão ocorre em um momento em que o número de deslocados forçados e apátridas deve atingir um novo recorde global de 136 milhões de pessoas em 2026, contra 129,9 milhões em 2024.
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Entre as medidas de ajuste, estão o fechamento do escritório em Pretória, capital da África do Sul, a partir de 1º de outubro, e a eliminação de cerca de 4.000 postos de trabalho. As operações na região serão absorvidas por outras unidades do órgão. O sul da África acolhe refugiados que fogem de conflitos na República Democrática do Congo e deslocados pela insurgência no norte de Moçambique.
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De acordo com o documento orçamentário publicado nesta segunda-feira (1º), as restrições decorrem de cortes feitos por importantes doadores, como os Estados Unidos e outras potências ocidentais, que têm priorizado gastos militares em meio a tensões geopolíticas, especialmente relacionadas à Rússia. Afinal, historicamente, os EUA são o maior financiador da Acnur.