Uma megaoperação policial foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (10) contra a expansão do Comando Vermelho (CV) em 15 comunidades das zonas Sudoeste e Norte do Rio de Janeiro. A ação integra a Operação Contenção, uma força-tarefa permanente que busca conter o avanço da facção em territórios dominados por milícias e outros grupos criminosos.
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Cerca de 500 agentes das polícias Civil e Militar participam da ofensiva. Até o momento, sete suspeitos Megs
Operação ocorre após morte de traficante apontado como “homem de guerra” do CV
A ação desta sexta-feira acontece um dia depois da morte de Ygor Freitas, conhecido como Matuê, apontado como um dos principais líderes armados do Comando Vermelho na Zona Oeste. Ele foi morto na quinta-feira (9), durante uma operação da Polícia Civil no bairro Campinho.
Em agosto de 2024, Matuê foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por envolvimento no assassinato de uma jovem de 23 anos, a mando de Edgar Alves de Andrade, o Doca, outro nome de destaque na facção.
Urna usada para recolher dinheiro da facção é encontrada na Muzema
Durante a operação desta sexta, agentes encontraram na Muzema uma urna usada para depósitos de dinheiro obtido com extorsões. Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, comerciantes e moradores eram obrigados a colocar ali valores referentes a “taxas de segurança” cobradas pelo crime organizado.
“Eles mudaram a tática. Em vez de cobrar pessoalmente, agora deixam urnas nas ruas para que as pessoas depositem o dinheiro. Já prendemos vários envolvidos nesse esquema”, explicou o secretário.
No local, os policiais também apreenderam recibos preenchidos por moradores, com nome, endereço e valores pagos.
Objetivo é enfraquecer estrutura financeira e logística da facção
A Operação Contenção tem como foco desarticular a estrutura financeira, logística e operacional do Comando Vermelho, além de prender lideranças envolvidas em ataques e invasões. Desde abril, as ações já levaram à prisão de 98 suspeitos e resultaram na morte de dez integrantes do crime organizado durante confrontos com as forças de segurança.
Participam da ação equipes da CORE, Bope, DGPE, DGPC, SSPIO, Ssinte e de outras divisões estratégicas da Polícia Civil e Militar. Entre as comunidades alvo estão o Morro do Banco, Tijuquinha, Muzema, Sítio do Pai João, Cidade de Deus, Gardênia Azul, Vila Kennedy e o Complexo da Mangueirinha.
Expansão do Comando Vermelho preocupa autoridades
Desde 2021, o Comando Vermelho tem intensificado sua expansão territorial no Rio, com o objetivo de tomar áreas antes controladas pela milícia e pelo Terceiro Comando Puro. Na região do Itanhangá, comunidades antes consideradas pacíficas — como a Muzema, Tijuquinha e o Morro do Banco — hoje vivem sob tensão constante.
O subsecretário operacional da Polícia Civil, Carlos Oliveira, destacou que Jacarepaguá se tornou uma base estratégica para o CV.
“Eles usam Jacarepaguá como plataforma para alcançar toda a zona Sudoeste e Oeste. Dali partem ações para Guaratiba, Campo Grande, Santa Cruz e Itaguaí, conectando-se até a Costa Verde”, afirmou.
Liderança presa em Duque de Caxias
Durante a operação no Complexo da Mangueirinha, a Polícia Militar prendeu um criminoso conhecido como Ben 10, considerado um “puxador de guerra” da facção. Segundo o coronel Marcelo Menezes, secretário de Polícia Militar, ele liderava as invasões nas regiões do Fubá em Campinho.
“Essa prisão representa um passo importante. Nosso objetivo é intensificar ações conjuntas, baseadas em inteligência e integração entre as forças de segurança”, afirmou Menezes.
Resumo das comunidades alvo da operação
- Morro do Banco
- Tijuquinha
- Muzema
- Sítio do Pai João
- Gardênia Azul
- Bateau Mouche (Praça Seca)
- Chacrinha (Praça Seca)
- Cidade de Deus
- Complexo da Mangueirinha (Duque de Caxias)
- Morro da Caixa D’Água (Quintino)
- Morro do Dezoito (Água Santa)
- Morro do Jordão (Taquara)
- Morro do Juramento (Vicente de Carvalho)
- Pendura-Saia (Praça Seca)
- Vila Kennedy
