O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que participará da Cúpula do G7, prevista para ocorrer em 17 de junho, na cidade de Kananaskis, no Canadá.A participação foi oficializada após um telefonema realizado na quarta-feira (11) entre Lula e o recém-eleito primeiro-ministro canadense, Mark Carney, que fez o convite formal ao chefe do Executivo brasileiro.
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Reinserção do Brasil no cenário global
A presença brasileira no encontro representa mais um passo na reinserção do país no debate multilateral internacional. Em 2023, o Brasil voltou a ser convidado para as reuniões do G7, após anos sem participar das cúpulas. No ano passado, Lula também compareceu ao evento, realizado na Itália, na condição de convidado especial, onde apresentou as posições brasileiras sobre temas como mudanças climáticas, desigualdade social e desenvolvimento sustentável.
O Brasil participará da sessão ampliada do encontro, ao lado de outras nações não-membros convidadas, como África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México. Já a cúpula principal será restrita aos países-membros: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Entenda o que é o G7
O Grupo dos Sete (G7) é um dos fóruns mais influentes da política e da economia mundial. Formado pelas sete economias mais industrializadas e democráticas do planeta, o grupo surgiu na década de 1970 com o propósito de discutir temas centrais para a estabilidade econômica global, além de coordenar posições sobre assuntos políticos, sociais e ambientais.
Apesar de não ser uma organização formal, o G7 tem papel estratégico no cenário internacional. Suas decisões e declarações costumam influenciar políticas econômicas, ações diplomáticas, tratados ambientais e iniciativas de cooperação global. As cúpulas anuais, organizadas de forma rotativa entre os países-membros, também convidam outras nações e representantes de organismos multilaterais para debaterem soluções conjuntas para os grandes desafios do mundo contemporâneo.
Aproximação estratégica com o Canadá
Além da participação no G7, a viagem ao Canadá também marca um movimento diplomático importante do governo brasileiro. Durante a ligação, Lula parabenizou Mark Carney pela recente vitória nas eleições e demonstrou interesse em estreitar relações comerciais entre os dois países, especialmente no contexto das negociações de um acordo entre o Mercosul e o Canadá.
A reaproximação com o Canadá faz parte da estratégia do Brasil de ampliar parcerias econômicas e políticas com países desenvolvidos, buscando fortalecer o comércio exterior, atrair investimentos e aumentar o protagonismo internacional do país em áreas como energia limpa, tecnologia verde e agricultura sustentável.
COP30 também foi pauta da conversa
Durante o telefonema, Lula também convidou o primeiro-ministro canadense para participar da COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas é o evento ambiental mais relevante do mundo e reunirá líderes de quase 200 países para discutir ações concretas de combate às mudanças climáticas, redução das emissões de carbono e preservação de ecossistemas vulneráveis, como a Amazônia.
Carney aceitou o convite e confirmou sua presença na COP30, sinalizando um alinhamento entre Brasil e Canadá nas pautas ambientais e climáticas, que devem ganhar ainda mais destaque nas agendas diplomáticas dos próximos anos.