Organizações de direitos humanos afirmam que o grupo paramilitar RSF cometeu atrocidades em massa ao tomar a cidade sitiada ao norte de Darfur.
Tem-se receio de que milhares de pessoas tenham sido assassinadas na cidade de El Fasher, no oeste do Sudão, capital do estado de Darfur do Norte, desde que as Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar, a tomaram.
El-fasher caiu no domingo após 18 meses de cerco das Forças de Apoio Rápido (RSF), que bloqueou a entrada de alimentos e itens essenciais para centenas de milhares de pessoas presas no interior da cidade.
O Sudão tem sido devastado por uma guerra civil nos últimos dois anos e meio, que causou cerca de 40 mil mortes e o deslocamento de 12 milhões de pessoas, segundo a ONU.
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Eis o que sabemos sobre os massacres relatados em El-Fasher:
O que aconteceu em El-Fasher?
As forças de Apoio Rápido (RSF) tomaram El-Fasher no domingo, assumindo as últimas posições das Forças Armadas Sudanesas (SAF) na região de Darfur. Cerca de 2.000 pessoas havíam sido mortas até quarta-feira, de acordo com as Forças Armadas Sudanesas, enquanto a Rede de Médicos do Sudão afirma que pelo menos 1.500 pessoas foram mortas.
Cerca de 1,2 milhão de pessoas na cidade estiveram sitiadas durante 18 meses, forçadas a sobreviver com ração animal, enquanto as Forças de Apoio Rápido (RSF) construíam 56 km de barreiras, impedindo a entrada de alimentos e medicamentos e bloqueando as rotas de fuga.
Videos compartilhados online e verificados pela agência de verificação Sanad da Al Jazeera mostraram combatentes das Forças de Apoio Rápido (RSF) executando e torturando pessoas. Membros das RSF já se filmaram diversas vezes cometendo atrocidades no passado.
Grupos médicos e de direitos humanos sudaneses, incluindo a Rede de Médicos do Sudão, afirmaram que as Forças de Apoio Rápido (RSF) estavam cometendo assassinatos em massa, detendo pessoas e atacando hospitais.
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirmou que as ações da RSF incluíram execuções sumárias de pessoas em fuga e que havia “indícios de motivações étnicas para os assassinatos.”
Uma análise realizada pelo laboratório de Pesquisa Humanitária (HRL) de Yale pareceu confirmar relatos de assassinatos em massa, utilizando imagens de satélite e dados de sensoriamento remoto.
A HRL concluiu que os aglomerados de objetos e a descoloração do solo são evidências de corpos humanos e poças de sangue. Os aglomerados e a descoloração não estavam presentes em imagens tiradas antes da invasão das RSf. observou o relatório.
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