Novo plano da UE procura acabar com sua dependência da China no que diz respeito às suas matérias-primas críticas, que são essenciais para setores como os automobilísticos e de defesa
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou neste sábado (25) que o bloco trabalha para reduzir sua dependência das terras raras procedentes da China. A afirmação foi feita durante o Diálogo Global de Berlim após Pequim anunciar restrições à exportação destes minerais, essenciais para várias indústrias.
A União Europeia (UE) alertou que os novos controles de exportação impostos pela China – o principal produtor mundial de terras raras – obrigaram algumas empresas do bloco a interromper sua produção e causaram danos econômicos.
Mudanças na parceria
Pequim exige licenças para certas exportações desde abril, o que provocou efeitos em cadeia nos setores manufatureiros a nível mundial. Este mês, a capital da China anunciou novos controles sobre a exportação de tecnologias relacionadas às terras raras, utilizadas na fabricação de ímãs essenciais para as indústrias automotiva, eletrônica e de defesa.
Von der Leyen explicou o impacto dessa relação com a China.
“Se considerarmos que mais de 90% do nosso consumo de ímanes de terras raras provém de importações da China, vemos os riscos para a Europa e para os seus setores industriais mais estratégicos”.
A presidente da Comissão Europeia acrescentou que um dos componentes essenciais do plano da UE é a reciclagem. “Algumas empresas podem reciclar até 95% das matérias-primas críticas e das baterias”, explicou.
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Nova estratégia
Ursula Von der Leyen afirmou que, a curto prazo, a União Europeia irá concentrar-se em encontrar soluções com os chineses, mas que também intensificará os seus esforços de coordenação com outros países para garantir o acesso a fontes alternativas de minerais.
“O objetivo é garantir o acesso a fontes alternativas de matérias-primas críticas a curto, médio e longo prazo para as nossas indústrias europeias”, afirmou von der Leyen.
Além disso, ela disse que a UE vai “acelerar o trabalho em parcerias de matérias-primas críticas com países como a Ucrânia e a Austrália, o Canadá, o Cazaquistão, o Uzbequistão, o Chile e a Groenlândia“.
O novo programa elaborado pela União Europeia, denominado RESourceEU, inspira-se no REPowerEU, uma iniciativa lançada após a invasão russa da Ucrânia com o objetivo de reforçar a independência da UE no setor energético, afastando-a das fontes de energia russas.
Segundo Ursula, o RESourceEU vai começar com uma economia circular tendo o objetivo de “explorar as matérias-primas essenciais já contidas nos produtos vendidos na Europa“. A intenção da presidente e da União Europeia é a de impulsionar o investimento e os projetos estratégicos para a produção e transformação de matérias-primas críticas na União Europeia.









