Secretário do Tesouro dos EUA critica novas restrições da China

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, criticou duramente as novas restrições impostas pela China à exportação de terras raras, afirmando que a medida coloca o país “contra o mundo”. Em declaração feita durante evento paralelo às reuniões do FMI e do Banco Mundial, Bessent alertou que o controle chinês sobre esses recursos estratégicos representa uma ameaça à estabilidade das cadeias globais de suprimentos.

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As terras raras são elementos essenciais para a produção de tecnologias avançadas, como baterias, semicondutores e equipamentos militares. Embora não sejam escassas, a China domina cerca de 70% do processamento global desses materiais. A nova política de exportação, segundo analistas, pode ser usada como ferramenta geopolítica em meio às disputas comerciais com os Estados Unidos.

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Bessent reforçou que os EUA não buscam um desacoplamento total da economia chinesa, mas sim uma “redução de riscos” que garanta maior resiliência às cadeias produtivas. “Não queremos nos desvincular. Queremos proteger nossos interesses estratégicos e garantir que não fiquemos vulneráveis a decisões unilaterais”, afirmou o secretário.

Em resposta, o governo chinês acusou Washington de alimentar o pânico internacional e classificou as declarações de Bessent como “grosseiramente distorcidas”. A China defende que as restrições visam proteger seus recursos naturais e garantir o uso sustentável das terras raras, negando qualquer motivação política por trás da medida.

A tensão entre as duas maiores economias do mundo reacende o debate sobre segurança econômica e soberania tecnológica. Países como Austrália, Canadá e Estados Unidos já aceleram investimentos em mineração e processamento de terras raras para reduzir a dependência chinesa.

Especialistas alertam que o impasse pode se intensificar nos próximos meses, podendo haver retaliações comerciais e impactos significativos na indústria global. A fala de Bessent ecoa entre líderes europeus e asiáticos, que também demonstram preocupação com a concentração da cadeia de suprimentos em território chinês.

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