A recente onda de demolições promovida por Israel na Faixa de Gaza tem provocado temor crescente entre a população palestina, que enxerga nos ataques um sinal de que a retirada forçada pode se tornar permanente.
Nas últimas semanas, diversos prédios residenciais e comerciais foram destruídos, deixando milhares de famílias sem abrigo. Segundo organizações humanitárias locais, a escalada das operações militares está ampliando a crise humanitária na região.
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Além da perda de moradias, há dificuldades no acesso a água potável, energia elétrica e atendimento médico. Para muitos palestinos, a destruição sistemática de infraestruturas sinaliza uma estratégia de inviabilizar a permanência da população em Gaza.Autoridades israelenses justificam as demolições como parte de ações de segurança contra grupos armados que atuam na região.
O governo de Benjamin Netanyahu alega que muitos dos edifícios destruídos eram utilizados como pontos de apoio logístico e militar pelo Hamas. Ainda assim, organizações internacionais têm condenado a prática, classificando-a como punição coletiva.
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O clima de incerteza faz crescer a apreensão entre famílias palestinas que temem não conseguir retornar às suas casas, mesmo após um eventual cessar-fogo.
Há relatos de deslocamentos forçados para áreas já superlotadas, o que agrava a vulnerabilidade da população. Líderes comunitários alertam que a sensação de expulsão definitiva está alimentando ainda mais a revolta.
A comunidade internacional acompanha a situação com preocupação. Países europeus e organizações multilaterais têm exigido que Israel respeite o direito internacional humanitário, ressaltando que a destruição de lares civis sem justificativa proporcional constitui uma violação grave.
Até o momento, no entanto, as pressões diplomáticas não foram suficientes para frear a ofensiva. Em Gaza, o cenário é de desespero.
Entre ruínas e deslocamentos constantes, a população tenta resistir à ideia de que sua permanência no território esteja sendo erodida não apenas pela guerra, mas por uma política de destruição que ameaça apagar sua presença histórica na região.