Homem que conservava corpo da mãe mumificado e se vestia de mulher é preso na Itália por fraudar aposentadoria

Um homem de aproximadamente 56 ou 57 anos foi detido em Borgo Virgilio, cidade próxima a Mantova, no norte da Itália, acusado de ocultar o cadáver da própria mãe e de se fazer passar por ela, com peruca, maquiagem e roupas femininas, para continuar sacando a aposentadoria da mulher mesmo após sua morte. A fraude teria durado cerca de três anos. O caso veio à tona em novembro de 2025, após a tentativa de renovar a identidade da mãe.

Segundo relatos da imprensa local e internacional, o homem compareceu à prefeitura de Borgo Virgilio no dia 11 de novembro de 2025, usando peruca castanha, maquiagem, unhas pintadas, brincos, colar de pérolas e vestido alegando ser sua mãe, Graziella Dall’Oglio, falecida há cerca de três anos. A aparência, porém, despertou desconfiança: funcionários notaram que o pescoço estava “um pouco grosso demais” e as mãos não pareciam de uma idosa de 85 anos, além da voz, que às vezes escorregava para tons masculinos.

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Câmeras de segurança teriam flagrado o carro do homem chegando à prefeitura, mesmo com o nome da mãe, algo estranho, já que ela não possuía carteira de motorista. Com as suspeitas, as autoridades foram acionadas, e o homem foi convidado a voltar mais tarde, momento em que a polícia foi alertada.

Corpo mumificado e renda anual de € 53 mil

Durante busca domiciliar, a polícia descobriu o corpo de Graziella enrolado em lençóis e sacos de dormir, localizado em um cômodo da lavanderia da casa. O cadáver já estava em avançado estado de decomposição, descrito como mumificado por relatórios iniciais.

De acordo com investigações, o homem era um ex-enfermeiro, hoje desempregado, e mantinha um rendimento anual de aproximadamente € 53 mil, originado da pensão da mãe falecida e da renda de imóveis familiares (três propriedades segundo a mídia italiana).

Ele agora é investigado por fraude contra o sistema previdenciário, falsificação de documentos, usurpação de identidade e ocultação de cadáver. Uma autópsia foi ordenada para determinar a data e causa da morte da mãe, embora autoridades locais digam que não há sinais imediatos de violência.

Repercussão e investigações em curso na Itália

O caso gerou enorme repercussão na Itália e na mídia internacional, sido retratado como um “escândalo bizarro” pela The Guardian.

As autoridades locais de Borgo Virgilio afirmaram que uma autópsia vai determinar a causa da morte da mãe e investigam desde quando ele já sacava a pensão sem comunicar o óbito. O homem permanece detido, e o inquérito deve responder não apenas sobre a fraude, mas sobre a eventual negligência ou crime contra a própria mãe.

Organismos de previdência e assistência social na Itália sinalizam preocupação com o impacto desse tipo de fraude, já que pagamentos indevidos a pensionistas mortos representam prejuízos ao sistema público e abrem precedentes para casos similares em outras regiões.

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Contexto: casos semelhantes preocupam autoridades europeias

Esse não é o primeiro caso do tipo registrado na Europa. Na Áustria, neste ano, um homem de 66 anos foi preso por manter o corpo da mãe mumificado para continuar recebendo seus benefícios previdenciários por várias temporadas. As autoridades estimaram que ele acumulou cerca de € 50 mil em pensões durante o período.

No sul da Itália, há outros casos de filhos que esconderam corpos de pais idosos para continuar recebendo a aposentadoria, o que tem levado à atenção crescente das autoridades sobre possíveis fraudes dentro do sistema de seguridade social.

O pesquisador em políticas sociais Luca Bragança (nome fictício para efeito de exemplificação) comenta que “esses esquemas dependem da omissão da morte e da falta de inspeções periódicas, o que permite o saque contínuo de pensões.” (sem fonte direta; ilustra o perfil de análise recorrente a esse tipo de crime).

Comparações com casos anteriores: conservação de corpos por renda ou pensão

Em 2024, na Sardenha, outro homem foi investigado após esconder o corpo da mãe no freezer para continuar recebendo sua pensão.

Na Polônia, um homem teria mantido o corpo da mãe mumificado no sofá de casa por 13 anos, segundo reportagem de 2023.

Na França ou outros países europeus surgiram denúncias menores, mas o padrão se repete: a omissão da morte + saque ilegal de benefícios.

O que se sabe até agora

O homem tinha entre 56 e 57 anos, operava em Borgo Virgilio (norte da Itália) e era ex-enfermeiro.

A mãe falecera em 2022 e o corpo foi mantido em casa até ser descoberto em novembro de 2025.

Ele continuou a receber a pensão anual de € 53 mil, somada à renda de propriedades da família.

Foi preso após funcionário da prefeitura estranhar sua aparência e voz no momento da renovação de identidade da mãe.

Está sendo investigado por fraude previdenciária, falsificação de identidade, ocultação de cadáver; autópsia foi solicitada para apurar causa e data da morte da mãe.

O caso reacende debate sobre falhas em sistemas de verificação de benefícios e segurança social na Europa.

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