França registra onda de protestos após cortes no orçamento

A França, nesta quinta-feira (18), teve um dia de protestos contra as medidas orçamentárias. Diversos sindicatos convocaram mais de 250 manifestações em todo o país, e o Ministério do Interior estimou a participação de 800 mil pessoas. Os atos ocorreram devido à discussão do orçamento de 2026 no Parlamento francês.

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As ações paralisaram setores de saúde, educação, transporte e serviços públicos do governo. As linhas de metrô também foram suspensas, funcionando apenas nos horários de pico.

Além de Paris, houve grandes protestos em Toulouse, Nantes e Marselha, que exigiram a mobilização de cerca de 80 mil policiais, com tropas de choque, drones e veículos blindados, para conter os atos do movimento “Vamos Bloquear Tudo”.

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Contexto político francês

O país, que já enfrenta forte aumento da dívida interna, anunciou cortes de gastos sob a condução de Sébastien Lecornu, o primeiro-ministro que está no cargo há apenas uma semana.

As propostas que mais geraram insatisfação entre os franceses foram o aumento de impostos, a retirada de dois feriados — com a justificativa de ampliar a atividade econômica —, além da rejeição governamental à cobrança adicional sobre os mais ricos. Um dos pontos de maior debate parte dos manifestantes, que defendem a aplicação de um imposto anual de 2% sobre fortunas superiores a 100 milhões de euros.

A população francesa também pede que o equilíbrio das contas públicas não seja feito com cortes nos gastos sociais. Muitos se dizem insatisfeitos com o aumento do custo de vida, e alguns chegam a exigir a saída de Emmanuel Macron da presidência.

O presidente e o primeiro-ministro enfrentam intensa pressão para reduzir o déficit público, que em 2024 quase dobrou o limite de 3% imposto pela União Europeia. O plano orçamentário anterior, que previa cortes de 44 bilhões de euros, foi rejeitado pelo Parlamento e resultou na queda do então premiê François Bayrou. Lecornu ainda não confirmou se manterá as mesmas medidas, mas sinalizou disposição para o diálogo.Após as manifestações, Sébastien Lecornu afirmou que irá se reunir nos próximos dias com os sindicalistas e declarou que as reivindicações dos manifestantes estão no centro das discussões.

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