China faz apelo e Rússia protesta após Trump ordenar retomada de testes com armas nucleares

Trump ordenou a retomar testes pela primeira vez em 30 anos em meio a escalada de tensões com a Rússia

A China fez nesta quinta-feira (30) um apelo para que os Estados Unidos não realizem testes nucleares, após o presidente Donald Trump ter emitido ordens para seu Departamento de Guerra retomar testes desse tipo.

Já a Rússia protestou e disse que não foi avisada com antecedência da decisão de Trump, além de ter ameaçado abandonar proibições globais contra testes nucleares. O governo russo também negou que dois exercícios realizados nos últimos dias com armamentos nucleares tenham sido testes nucleares.

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A decisão de Trump

“Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento da Guerra a começar a testar as nossas armas nucleares em igualdade de condições. Esse processo terá início imediatamente”, escreveu Donald Trump na Truth Social.

Trump afirma que os Estados Unidos vão começar a “testar armas nucleares” – Reprodução/Truth Social

A declaração do presidente dos EUA foi uma resposta a uma série de anúncios recentes de Vladimir Putin, que no domingo (26) comemorou o sucesso do teste final do míssil de cruzeiro Burevestnik. Segundo o presidente russo, o míssil tem “alcance ilimitado” e é capaz de burlar praticamente todos os sistemas de interceptação.

Além disso, na quarta-feira (29), Putin anunciou o teste bem-sucedido de um “drone submarino” chamado Poseidon, compatível com cargas atômicas. Porém, após as declarações de Trump, Moscou esclareceu que se tratavam de testes de armas capazes de transportar uma ogiva nuclear, e não de bombas nucleares propriamente ditas.

Apelo chinês e o tratado

“A China espera que os Estados Unidos cumpram de forma responsável as obrigações do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun.

O Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), citado pelo governo chinês, é um tratado global que proíbe os testes de armas nucleares e foi assinado em 1996 por 186 países, incluindo EUA, Rússia e China.

Trump não especificou a natureza dos testes anunciados, ou seja, se seriam ensaios de ogivas nucleares, algo que os Estados Unidos não fazem desde 1992, ou sistemas capazes de transportar uma carga atômica. Contudo, Washington é signatário do CTBT desde o momento da assinatura do tratado, portanto qualquer teste de ogivas constituiria uma violação flagrante do acordo.

Além disso, dados divulgados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Siri) revelaram os Estados Unidos e a Rússia sendo as duas maiores potências nucleares do mundo. Cada um deles têm mais de cinco mil ogivas nucleares.

A China, por outro lado, está expandindo rapidamente seu arsenal. O país aumentou seu número total de ogivas de 500 para 600 no último ano.

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