O Fluminense estreou na Copa do Mundo de Clubes mostrando personalidade, domínio e muita qualidade, mas ficou no empate sem gols contra o Borussia Dortmund, nesta terça-feira (17), no MetLife Stadium, em Nova Jersey. O placar zerado não reflete o que foi o jogo. Durante os 90 minutos, o Tricolor teve o controle absoluto das ações, empilhou chances claras, mas parou em uma mistura de nervosismo, decisões equivocadas e, principalmente, em uma grande atuação do goleiro Kobel, destaque do time alemão.
O time comandado por Renato Gaúcho fez um jogo maduro, corajoso e impositivo. Desde o apito inicial, não deu espaço para o Dortmund respirar. Com marcação alta, intensidade no ataque e bom aproveitamento nas jogadas pelos lados, o Fluminense rapidamente se impôs no campo ofensivo e colocou os alemães na roda. O que faltou foi transformar esse domínio em gol.
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Domínio total desde o início
Logo nos primeiros minutos, Arias deu o tom do que seria a partida. Com liberdade pelo meio e pelas pontas, o colombiano arriscou três finalizações perigosas antes dos 20 minutos da etapa inicial, assustando o goleiro Kobel. Samuel Xavier, Renê, Canobbio e o próprio Arias se revezaram em jogadas que levaram perigo constante ao sistema defensivo do Borussia.
Do outro lado, o Dortmund teve extrema dificuldade na saída de bola. A insegurança, inclusive, ficou evidente nas participações do próprio goleiro Kobel, que quase entregou a bola nos pés de Everaldo em duas ocasiões no primeiro tempo. A estratégia alemã foi abusar dos lançamentos longos, tentando achar espaços nas costas da defesa tricolor, mas a retaguarda, bem comandada por Thiago Silva, neutralizou Guirassy, Adeyemi e Brandt sem maiores sustos.
Segundo tempo, mais do mesmo: Flu em cima, Dortmund acuado
Se alguém esperava um Fluminense mais conservador na volta do intervalo, se enganou completamente. O roteiro se repetiu: time carioca com as rédeas do jogo e pressionando, enquanto o Dortmund seguia acuado, preso no próprio campo e vivendo de lampejos em finalizações de longa distância.
As melhores chances da partida vieram na etapa final e todas passaram pelos pés de Everaldo. Na principal delas, o atacante foi lançado por Arias, ficou cara a cara com Kobel, que estava adiantado, mas hesitou na finalização e tentou rolar para Canobbio, que, pressionado, chutou fraco e desperdiçou a chance mais clara do jogo.
Pouco depois, Everaldo voltou a levar perigo. Após cobrança de escanteio, o camisa 9 pegou o rebote na entrada da área e finalizou no cantinho. Kobel, mais uma vez, apareceu como herói e evitou o gol. Na sobra, Nonato até tentou, mas estava em posição de impedimento.
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Clima de Maracanã em Nova Jersey
Foto: Francois Nel/ Getty Images
Se dentro de campo o Fluminense se impôs, nas arquibancadas o domínio foi ainda mais escancarado. Dos mais de 34 mil presentes no MetLife Stadium, a imensa maioria era tricolor. O estádio, por alguns momentos, parecia mais o Setor Sul do Maracanã do que um palco nos Estados Unidos. A torcida não parou de cantar um segundo sequer, empurrando o time durante toda a partida e fazendo a tradicional “Muralha Amarela” do Dortmund praticamente sumir no ambiente.
Situação do grupo
Com o empate, o Fluminense soma seu primeiro ponto na competição justamente contra o rival teoricamente mais forte do Grupo F. Agora, a equipe brasileira volta suas atenções para o confronto contra o vencedor de Mamelodi Sundowns (África do Sul) e Ulsan Hyundai (Coreia do Sul), que se enfrentam hoje terça-feira (17). Dependendo do resultado, o Tricolor pode até encaminhar a classificação com uma vitória na próxima rodada.
Sensação de frustração, mas com confiança em alta
O empate sem gols deixa, sim, um gosto amargo pelo volume de chances desperdiçadas e pela superioridade clara ao longo de toda a partida. No entanto, a atuação sólida e dominante serve como combustível para o Fluminense seguir confiante na briga pela classificação. Fica a lição: se mantiver esse nível de desempenho e calibrar a pontaria, o Tricolor tem tudo para sonhar alto no Mundial.
