Nesta terça‑feira, 15 de julho de 2025, o dólar comercial fechou em R$ 5,55, de acordo com os números divulgados pelo Banco Central do Brasil em seu site oficial de fechamento diário . A moeda americana apresentou alta de 0,36% em relação ao dia anterior e continuou próxima dos patamares recentes, refletindo uma combinação de juros elevados no mercado interno e as incertezas do cenário internacional.
Com a Selic mantida em 15% ao ano, o Brasil ainda oferece um dos atrativos mais fortes para quem aplica recursos em renda fixa local. Essa taxa alta faz com que investidores estrangeiros busquem compra de títulos públicos brasileiros, gerando demanda por reais. Na prática, essa entrada de capital ajuda a segurar a desvalorização da moeda, mesmo quando há pressões externas.
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Repercussão na Bolsa de Valores
No mercado global, o dólar segue como refúgio em momentos de incerteza. Expectativas em relação aos cortes de juros nos EUA, assim como as constantes revisões sobre o ritmo de recuperação econômica americana, mantêm o dólar relativamente valorizado. Além disso, a possibilidade de novas disputas comerciais e o comportamento dos preços do petróleo e do minério de ferro são monitorados de perto pelos agentes financeiros.
O Ibovespa, principal índice da B3, acompanhou a leve alta do dólar e encerrou o pregão em 136.500 pontos, com valorização de 0,2%. Setores ligados ao consumo interno, como varejo e serviços, tiveram desempenho mais favorável, enquanto empresas exportadoras ficaram em compasso de espera, já que um real mais forte reduz a receita em moeda nacional.
Próximos indicadores influenciarão a cotação do Dólar
O mercado aguarda a divulgação do IPCA-15, prévia oficial da inflação, para avaliar se a alta de preços está desacelerando ou não. Uma surpresa de alta pode reforçar as apostas por manutenção da Selic em nível elevado durante mais tempo, o que tende a apoiar o real.
O IBC-Br, índice de atividade do Banco Central que serve como antecipação do PIB, também está no radar. Se a economia mostrar sinais claros de desaceleração, pode crescer a pressão para redução dos juros, o que poderia enfraquecer o real.
Na próxima reunião do Copom, marcada para agosto, o Banco Central decidirá se inicia o ciclo de cortes na Selic. Any sinal de diminuição na taxa pode levar a uma desvalorização do real frente ao dólar.
O que significa para empresas e famílias?
Para empresas que compram insumos no exterior, como máquinas e componentes eletrônicos, um dólar em R$ 5,55 representa custos mais altos e pode afetar preços de produtos finais. Já exportadores enfrentam margens apertadas, pois recebem menos reais por cada venda em dólar.
- Consumidores:
No dia a dia, a variação cambial se reflete em itens como combustível, eletrodomésticos e remédios. Quando o dólar sobe, esses preços tendem a subir também, pressionando o orçamento doméstico.
- Investidores:
Quem aplica em renda fixa continua atraído pelos juros altos. Para quem opera no mercado de ações, a recomendação é manter atenção às empresas com foco no mercado interno, que podem se beneficiar de um cenário de consumo mais firme.
Histórico recente e projeções
Desde janeiro de 2025, o dólar passou de cerca de R$ 6,00 para o patamar atual de R$ 5,55, uma desvalorização próxima de 7,5%. Esse movimento combina política monetária restritiva e intervenções pontuais do Banco Central, por meio de leilões de câmbio e swaps.
Para o final de 2025, analistas do mercado financeiro estimam que o dólar oscile entre R$ 5,30 e R$ 5,80, dependendo não apenas das decisões do Fed e do Copom, mas também de eventos geopolíticos e do desempenho das commodities.
O fechamento do dólar em R$ 5,55 deixa claro que, apesar dos juros elevados e de intervenções do Banco Central, a moeda brasileira continua vulnerável a fatores externos. Em um ambiente global ainda marcado por incertezas, tanto investidores quanto gestores precisam acompanhar de perto as próximas decisões de política monetária e os indicadores de inflação e atividade econômica. Só assim será possível planejar estratégias que equilibrem proteção cambial, atração de investimentos e manutenção da estabilidade dos preços no Brasil.