No mês de março, o Brasil gastou mais dinheiro no exterior do que recebeu. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (28/4), o déficit nas contas externas foi de US$ 2,245 bilhões. Isso significa que o país enviou mais dólares para fora do que trouxe para dentro. No mesmo mês de 2024, o saldo da conta corrente havia sido negativo em US$ 4,087 bilhões.
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Esse resultado faz parte das chamadas “transações correntes”, que incluem a balança comercial (exportações e importações), os serviços (como viagens e fretes) e as transferências de renda. Mesmo com o aumento do superávit comercial, os gastos com serviços e o envio de recursos para o exterior foram maiores, puxando o saldo geral para o vermelho.
Para 2025, o BC projeta um déficit em conta corrente de US$ 62 bilhões, conforme divulgado no último Relatório de Política Monetária.
Nos últimos 12 meses até março, o Brasil acumulou um déficit de US$ 68,467 bilhões nas transações correntes, o equivalente a 3,21% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar de alto, esse número representa uma leve melhora em relação ao mês anterior, quando o déficit foi de US$ 8,8 bilhões.
Em março, o Brasil exportou US$ 29,4 bilhões em bens e importou US$ 21,8 bilhões, resultando em um superávit comercial de US$ 7,6 bilhões. Por outro lado, o país teve um gasto de US$ 4,35 bilhões com serviços, como transporte e turismo.
Os pagamentos de lucros, juros e salários ao exterior (renda primária) somaram US$ 5,78 bilhões — uma queda de 13,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já a conta de renda secundária, que inclui transferências como remessas de trabalhadores, registrou um saldo positivo de US$ 251 milhões.
Os investimentos estrangeiros diretos no país totalizaram US$ 6 bilhões em março e somaram US$ 68,2 bilhões nos últimos 12 meses. As reservas internacionais do Brasil cresceram e atingiram US$ 336,2 bilhões, reforçando a estabilidade das contas externas.
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