Aumento do IOF encarece crédito e compromete produção, alerta FIEMG

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) emitiu alerta nesta quinta-feira (17) sobre o impacto negativo da manutenção do aumento do IOF. A medida, que incide sobre operações financeiras como empréstimos, câmbio e seguros, está elevando o custo do crédito para as empresas e fragilizando a retomada da atividade industrial.

A FIEMG destaca que as indústrias mineiras enfrentam um cenário já pressionado pela Selic elevada e pela incerteza regulatória. Com o IOF mais alto, as empresas precisam pagar mais para obter recursos de giro, atrasam investimentos em inovação e evitam compras de equipamentos. No texto divulgado, a federação reforça que essa combinação de tributos e custos financeiros prejudica a competitividade, especialmente no setor manufatureiro, que depende de capital de giro e atualização tecnológica.

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A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) também se posicionou contra o aumento do IOF, ressaltando que a medida penaliza quem mais precisa de crédito e pode frear a geração de empregos e investimentos. Em nota, a FIRJAN reforça que o tributo torna mais caras operações essenciais à produção, criando um ambiente menos favorável à retomada econômica.

Impactos no mercado de crédito

O aumento do IOF retira recursos do caixa das pequenas e médias empresas, que controlam margem apertada e já sentem os efeitos dos juros altos. As linhas de crédito rotativo e capital de giro, usadas para pagar salários e contas, ficam mais restritas. Com isso, os empresários se veem forçados a adiar compras de máquinas, renovar estoques em ritmo mais lento e adiar planos de expansão.

As consequências chegam até os consumidores. Menos crédito produtivo significa menor oferta de produtos, o que pode resultar em aumento de preços no varejo. Ferramentas financeiras que criam efeitos de escala, como compras em grande quantidade, também são penalizadas, elevando o custo por unidade e diminuindo a competitividade dos produtos industriais brasileiros.

A FIEMG pede ao governo que abra diálogo para aliviar os efeitos do tributo. Uma das sugestões é suspender temporariamente o IOF para crédito de investimento ou ampliar os prazos de vigência da alíquota reduzida para capital de giro, beneficiando setores estratégicos como alimentos, mineração e máquinas.

A FIRJAN recomenda que o crédito industrial receba tratamento diferenciado nas regras tributárias, com critérios por porte de empresa e finalidade do empréstimo. A entidade também reforça que segurança jurídica e clareza no planejamento das políticas fiscais são fundamentais para atrair investidores estrangeiros e manter a confiança do mercado.

O que está em jogo?

O governo federal argumenta que o aumento do IOF é necessário para compensar a perda de receita após a rejeição do reajuste do mesmo tributo pelo Congresso. A intenção é equilibrar as contas públicas sem cortar gastos sociais, no entanto, especialistas do setor e entidades industriais alertam que taxas elevadas no crédito podem reduzir o crescimento potencial do PIB, prejudicar exportadores brasileiros e dificultar a transição para setores com maior valor agregado.

A manutenção do IOF mais alto tem causado um conflito direto entre a necessidade do governo de arrecadar mais impostos e o esforço das empresas para continuar produzindo e crescendo. Com o crédito ficando mais caro, as indústrias enfrentam dificuldades para investir, contratar e manter suas atividades, o que atrasa a recuperação econômica do país.

Para mudar essa realidade, é importante buscar soluções que deixem o crédito mais barato e acessível, especialmente para quem gera emprego e movimenta a economia, além disso, o governo precisa conversar mais com o setor produtivo antes de tomar decisões que afetam diretamente a indústria. O crescimento sustentável do Brasil depende de medidas que fortaleçam quem trabalha e produz, e não apenas de ajustes tributários de curto prazo.

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