As empresas de apostas e jogos online registraram faturamento de R$ 17,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, segundo dados divulgados nesta terça-feira (26) pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda.
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O montante representa o valor gasto pelos apostadores — total de apostas menos os prêmios pagos — em 78 companhias autorizadas a operar no Brasil, que somam 182 marcas (as chamadas bets).
De acordo com o levantamento, 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas entre janeiro e junho. O gasto médio por apostador ativo foi de R$ 983 no semestre, ou R$ 164 por mês.
O perfil majoritário é masculino: 71% dos apostadores são homens, contra 28,9% de mulheres. A faixa etária com maior participação é a de 31 a 40 anos (27,8%), seguida pelos jovens de 18 a 25 anos (22,4%) e de 25 a 30 anos (22,2%).
A Receita Federal informou que, até julho, a tributação de bets e loterias rendeu R$ 4,73 bilhões aos cofres públicos. Desse total, cerca de R$ 2,6 bilhões vieram do setor de apostas esportivas e R$ 2,1 bilhões das loterias.
A alíquota atual é de 12% sobre a receita líquida (GGR). A partir de novembro, uma medida provisória eleva a cobrança para 18%, ainda sujeita à aprovação do Congresso. O governo estima que a arrecadação com jogos e apostas virtuais — incluindo loterias — atinja pelo menos R$ 10 bilhões em 2025.
A lei aprovada no fim de 2023 também definiu a divisão dos recursos arrecadados:
- 36% para o Esporte;
- 28% para o Turismo;
- 13,6% para a Segurança Pública;
- 10% para a Educação;
- 10% para a Seguridade Social;
- 1% para a Saúde;
- 0,5% para entidades da sociedade civil;
- 0,5% para o Fundo da Polícia Federal (Funapol); e
- 0,4% para a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
A SPA também destacou o esforço de combate às operações clandestinas. Mais de 15,4 mil páginas de sites ilegais foram retiradas do ar pela Anatel desde outubro de 2024.
No sistema financeiro, 24 instituições comunicaram movimentações suspeitas e 255 contas de pessoas físicas e jurídicas foram encerradas por envolvimento com apostas não regulamentadas.
Na publicidade digital, o governo firmou parceria com o Conselho Digital do Brasil, que reúne empresas como Google, Meta, TikTok, Kwai e Amazon, para agilizar a derrubada de anúncios irregulares. Até agora, 112 páginas de influenciadores e 146 publicações foram removidas.
“Nosso compromisso é garantir transparência, fortalecer o mercado regulado e combater a atuação ilegal“, afirmou o secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena.