O Banco Central do Brasil publicou nesta terça-feira (29) um relatório que acende um sinal de alerta sobre os riscos crescentes que as mudanças climáticas representam para o sistema financeiro nacional. O documento mostra que eventos extremos, como as fortes enchentes no Rio Grande do Sul, deixaram de ser exceções e passaram a ser tratados como fatores concretos de risco à estabilidade econômica do país.
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Apesar de o impacto atual ainda ser considerado moderado, a análise destaca vulnerabilidades significativas em áreas estratégicas da economia, principalmente nos setores agropecuário e industrial. Regiões como o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pampa são apontadas como particularmente suscetíveis a fenômenos climáticos intensos, como secas prolongadas e chuvas severas.
“Este levantamento inicial representa um marco importante”, afirma o BC no texto oficial. A instituição reforça que os bancos e demais agentes do sistema financeiro precisam fortalecer suas ferramentas de avaliação de risco climático, adotando critérios mais rigorosos e sustentáveis para proteger o equilíbrio do setor no médio e longo prazo.
O relatório insere a questão ambiental no contexto mais amplo da estabilidade financeira brasileira, que também vem sendo pressionada por fatores como o endividamento das famílias, a inadimplência e a qualidade do crédito oferecido por instituições financeiras.
A postura do Banco Central segue uma tendência internacional, que vem incorporando a pauta ambiental como elemento essencial para decisões de crédito, investimentos e regulação financeira. A dúvida que permanece é: o sistema financeiro brasileiro está pronto para absorver esse novo cenário de riscos climáticos? A resposta virá com o tempo — e com a frequência desses eventos extremos.
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