Alckmin diz não enxergar motivo para aumento de tarifas dos EUA ao Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (9) que não enxerga nenhuma razão para aumento de tarifa em relação ao Brasil” após o anúncio de elevação de alíquotas pelos Estados Unidos. Segundo ele, o Brasil “não é problema para os Estados Unidos”, pois, diferentemente de muitos países alvo de medidas protecionistas, mantém superávit na balança comercial com os EUA e cooperação estreita entre as cadeias produtivas dos dois países.

LEIA TAMBÉM: Paulo Pimenta chama apoiadores de Trump de “vira‑latas” após anúncio de tarifa de 50% contra Brasil

Alckmin lembrou que os EUA registraram um superávit de US$ 7,4 bilhões em bens em 2024 nas transações bilaterais, e destacou que o Brasil é terceiro maior comprador de carvão siderúrgico americano, matéria-prima essencial para a produção de aço, parte da cadeia que abastece ambos os países . Ele alertou que tarifar insumos brasileiros representa um equívoco que aumento os custos da própria indústria norte-americana e prejudica consumidores locais.

"Os EUA têm, realmente, um déficit de balança comercial, mas com o Brasil têm superávit", afirmou Alckmin - Foto: Cadu Gomes/VPR/Divulgação/CP Memória
“Os EUA têm, realmente, um déficit de balança comercial, mas com o Brasil têm superávit”, afirmou Alckmin – Foto: Cadu Gomes/VPR/Divulgação/CP Memória

Ao ser questionado sobre o anúncio do presidente Donald Trump, que indicou sanções adicionais na quarta ou quinta-feira, Alckmin reiterou que não percebe justificativa econômica ou política sólida para a medida envolvendo o Brasil, e afirmou que nosso país continuará com uma estratégia baseada no diálogo, diplomacia e negociação, rejeitando retaliações automáticas sob a lei de reciprocidade  .

O vice-presidente também ressaltou que o Brasil concede tarifas zero para oito dos dez produtos americanos mais exportados ao país, sinalizando uma relação comercial de interdependência vantajosa para ambos os lados . Ele chamou a medida de injusta e enfatizou: “nós não vamos mudar o tom” do relacionamento bilateral, ao lembrar os 200 anos de amizade entre Brasil e EUA.

Alckmin garantiu que o governo brasileiro buscará um grupo técnico de diálogo com os EUA, reforçando o caminho da cooperação em vez de retaliação automática, pois entende que uma tarifa unilateral agravaria a instabilidade global no comércio exterior, afetando investimentos no Brasil e nos EUA  .

Autor

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *