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Se você gosta de um romance melodramático, assim como eu, pode ler: Você ligou para o Sam. Não recomendo essa leitura a pessoas que perderam um ente querido, pois é um gatilho forte sobre luto.
O último livro que eu tinha lido e chorado era: A Culpa é das Estrelas. Que eu lembre, claro. E pensando bem, dá pra interligar a morte do namorado aos dois.
Além da leitura rápida e escrita fluída, achei que os personagens não foram tão desenvolvidos como gostaria para um livro assim. Eu gostei, mas não chega nem em um top 10.
Por fim, vamos as notas e opiniões do livro.
Nota e resenha com opiniões
3,5/5 – ★★★☆☆
Dustin Thao, autor do livro, escreveu 336 suaves páginas de muito sofrimento da personagem que se chama Julie. As memórias aparecerem a todo momento, sem aviso prévio de “Dia 02 de Maio de 2025“. Você que tem que pegar o feeling de quando é atual, quando é o passado – me fez reler algumas vezes, confesso.
Claro, o contexto é no último ano do Ensino Médio, dois meses antes da formatura. O básico de romance adolescente – que eu amo. Tirando o falecimento do namorado, o cenário era ok.
Eu, redatora que vos fala, achei que a Julie chorou pouco. Eu sou chorona? Sim, mas sei lá, sabe? Acho que os americanos são mais recatados em questão de luto e etc. Pensei que ia ter quebração de coisas, se jogando no chão, no caixão, MAS NEM FOI NO FUNERAL ELA FOI – e isso foi motivo de fofoca, tá? A cidade toda, inclusive os amigos de Sam, que estavam com ele no dia do acidente, JOGARAM A CULPA NELA. Fiquei com raiva!
Demoraram algumas páginas para saber sobre do que ele tinha morrido, e foi cansaço após andar por horas no acostamento da rodovia porque ele iria buscar a Julie na rodoviária e o caminhão bateu antes. Isso me rendeu alguns minutos de choro olhando para o nada.
Ela, 0 superada – meio óbvio – liga no telefone dele e ELE ATENDE. Eu acho que desmaiaria nessa situação, morro de medo de qualquer coisa sobrenatural, e isso seria demais para mim. Mas enfim, desculpa interromper o raciocínio. E eles começam a conversar no telefone, só que ninguém sabe disso.
O Sam é o famoso namorado bonzinho, carinhoso e apaixonado pela Julie, coisa que deixa o coração quentinho, então mesmo morto e sabe lá Deus em que lugar, ele se preocupa com ela e o que ela tem feito, sempre lembrando que está com saudade. No entanto, ela queria superar ele rápido, tanto que jogou as coisas dele fora na primeira semana. Cada um possui um tipo de luto diferente, é entendível – menos para as pessoas ao redor dela, coisa que me irritou.
Não existiu uma explicação de como uma pessoa morta atende o telefone do além e fala com outra, mas isso só funcionava no celular dela e dele. Encontrar respostas não é o forte de Julie, já que ela é desesperada e ansiosa – me deixando na mesma situação. Mas Sam leva ela a lugares que eles foram ou que ele queria apresentá-la.
Nesse meio tempo, ela retornou a escola e está seguindo a vida por lá, mas a melhor amiga dela e prima de Sam, está em um sofrimento absurdo. No entanto, Mika não deixa que nada aconteça com Julie, já que os amigos de Sam vem tirar satisfação com Julie e ela arruma briga de porrada – foi emocionante.
Elas brigam, voltam se falar, o melhor amigo de Sam revela sua paixão por ele e Julie fica muito amiga dele – eu amei essa parte. Mas para voltar a amizade com Mika, Julie faz Sam falar no telefone com a prima, e isso interfere nas ligações, ficando um pouco mais complicada. As ligações diárias ficaram cada vez mais distantes, sendo realizadas com um intervalo de 7 a 10 dias.
Os dois começam a brigar, tudo porque Sam quer que Julie siga sua vida e aceite o convite de Tristan – funcionário da biblioteca em que ela trabalha – para ver o curta-metragem que ele fez para um festival. Essa forcação de “supera rápido” me deixa um pouco cansada do livro, porque a pessoa que está vivendo um luto, PRECISA DE PAZ. Julie não teve paz nem do namorado morto que fala no telefone com ela.
Nesse meio tempo, os pais de Sam não aparecem, mas nas memórias de Julie e Sam, o irmão mais novo aparece no início e depois no final, já que ele fugiu de casa e Sam ligou (sim, ele ligou) para Julie. Mais uma vez, a ligação fica fraca por existir outra pessoa falando com ele, já que ela insistiu no contato de Sam como irmão.
Observação importantíssima: ele conseguia ligar, mas caso ela não atendesse, eles perdiam o contato para sempre. Então combinaram que só ela iria ligar.
Com alguns meses da morte do namorado, Julie parece um pouco mais tranquila do que no início, já que retorna suas atividades de fim de período escolar e começa a interagir com seus amigos. O que é bom para ela, já que as ligações se tornam cada vez mais distantes e curtas.
Julie e Sam marcam sua última ligação no dia da formatura dela, E ISSO É O CAOS DO CAPÍTULO, já que ela quebra o celular e se desespera. A ideia dela é invadir a casa dos ex-sogros e pegar o celular dele, coisa que dá certo para a despedida. Nessa hora, não existiam mais lágrimas dentro do meu corpo. Eles se despendem de uma forma estranha, ao ponto de só dizer “adeus“, mas enfim, despediu né. Só que depois que eles desligaram, ele liga mais uma vez (para finalizar o contato) e deixou uma mensagem de voz explicando que era ele que não queria seguir em frente e tinha medo de ser esquecido por ela.
Sinopse
Em “Você Ligou para o Sam“, de Dustin Thao, Julie, uma adolescente, tem sua vida e seus sonhos totalmente alterados após a morte trágica do namorado, Sam, em um acidente de carro. Devastada pela dor, ela tenta esquecer o namorado, mas a saudade e a necessidade de ouvir sua voz a levam a ligar para o celular de Sam. Para surpresa de Julie, o celular atende e ela consegue conversar com Sam, que, aparentemente, está em um estado intermediário entre a vida e a morte. Essa conexão telefônica, aparentemente sobrenatural, permite que Julie mantenha um contato com Sam, mesmo após sua morte, mas a relação traz consigo desafios e segredos que Julie precisa lidar.
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