A gente costuma ouvir que, com a idade, o corpo muda — e o cérebro também. É verdade. Depois dos 50, é comum sentirmos que algumas palavras demoram um pouco mais a chegar, que esquecemos onde colocamos as chaves ou até o motivo de termos entrado em um cômodo. Mas será que isso é sinal de que a mente está “falhando”? Nem sempre.
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O que muitos não sabem é que nosso cérebro continua aprendendo e se adaptando ao longo de toda a vida. Sim, mesmo depois dos 60, 70 ou 80 anos. Isso se chama neuroplasticidade — a capacidade que o cérebro tem de criar novas conexões. E é justamente aí que está a boa notícia: com alguns cuidados, é possível manter a mente ativa, afiada e cheia de vida.
Uma das chaves está em manter a curiosidade viva. Aprender algo novo, como tocar um instrumento, cozinhar uma receita diferente ou até fazer palavras cruzadas ajuda a exercitar o cérebro, assim como uma caminhada fortalece as pernas. E não é preciso grandes mudanças — pequenas práticas diárias já fazem diferença.
O corpo também tem papel importante nessa história. Mover-se com frequência estimula a circulação no cérebro e ajuda na liberação de substâncias que melhoram o humor, a memória e a atenção. A ciência já mostrou que quem se exercita com regularidade tem menor risco de desenvolver doenças como Alzheimer ou Parkinson.
Outro ponto fundamental é o sono. Dormir bem não é luxo, é necessidade. Durante o sono profundo, o cérebro realiza uma espécie de “faxina”, organiza informações e fortalece as lembranças. Noites mal dormidas, por outro lado, atrapalham a concentração e aumentam a sensação de confusão mental.
E não dá para falar de saúde cerebral sem falar das relações humanas. Conversar, dar risada, contar histórias, ouvir — tudo isso estimula regiões do cérebro ligadas à linguagem, à memória e às emoções. O isolamento, infelizmente comum em idades mais avançadas, tem efeito contrário: aumenta o risco de depressão e acelera o declínio cognitivo.
Por fim, vale lembrar que o que colocamos no prato também faz diferença. Alimentos frescos, coloridos, ricos em nutrientes, ajudam a manter o cérebro funcionando bem. Evitar os ultraprocessados e o excesso de açúcar é uma atitude que protege tanto o coração quanto a mente.
Aos 50, 60 ou 90 anos, ainda é tempo de cuidar da saúde cerebral. Comece com passos simples: leia um livro diferente, ligue para um amigo, caminhe por um novo trajeto. A mente agradece — e responde. Afinal, envelhecer com lucidez é um presente que começa com escolhas feitas hoje.