O governo russo anunciou na quinta-feira (14) a imposição de restrições parciais às chamadas de voz nos aplicativos de mensagens WhatsApp e Telegram, alegando que as plataformas não colaboraram com investigações relacionadas a fraudes e atividades terroristas.
LEIA TAMBÉM: Anatel decide retirar a obrigatoriedade de utilização do prefixo 0303, que identifica cobranças telefônicas
A medida foi tomada pelo órgão regulador de comunicações do país, o Roskomnadzor, que afirmou que os serviços se tornaram canais amplamente utilizados para atividades ilícitas e que as empresas se recusaram a fornecer dados de contas acusadas de envolvimento nessas ações.
O WhatsApp, de propriedade da Meta, respondeu acusando o governo russo de tentar bloquear a comunicação segura, reforçando seu compromisso com a criptografia de ponta a ponta. A empresa declarou que a medida enfraquece a comunicação de mais de 100 milhões de usuários russos. O Telegram, por sua vez, não comentou oficialmente sobre a situação.
As restrições afetam principalmente as chamadas de voz, enquanto mensagens de texto e o envio de mídias continuam disponíveis. O governo russo afirmou que a medida pode ser revertida caso as empresas atendam às exigências legais locais, incluindo a abertura de representações no país e a colaboração com as autoridades em investigações.
Essa ação integra um movimento mais amplo da Rússia para reforçar o controle sobre a internet e reduzir a dependência de plataformas estrangeiras. Como alternativa, o país promove o uso do MAX, aplicativo de mensagens estatal que será pré-instalado em todos os smartphones vendidos no país a partir de setembro. O MAX possibilita vigilância e captura de dados dos usuários, alinhando-se ao plano de soberania digital do governo russo.
