A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório que alerta para o impacto da solidão na saúde global. Segundo o documento, a solidão causa quase 1 milhão de mortes por ano, ou cerca de 100 óbitos por hora. Publicado no dia 30 de junho de 2025, o estudo tem como objetivo chamar a atenção para o problema e a necessidade de os países implementarem medidas a respeito.
LEIA TAMBÉM: IA pode auxiliar em diagnósticos precoces de câncer de pele
Relatório
Segundo o documento, uma estimativa feita entre 2014 e 2023 diz que 16% das pessoas no mundo disseram sentir-se sozinhas. O valor é equivalente a 1 em cada 6 pessoas no mundo sofrerem com a solidão. Alguns dos motivos causadores desse fenômeno são:
- viver sozinho;
- enfrentar problemas de saúde;
- lidar com falta de estrutura; e
- ausência de acesso a tecnologias que favorecem a comunicação.
Os mais afetados pela solidão são os jovens. A taxa de solidão é maior entre os adolescentes (de 13 a 17 anos) e os jovens adultos (de 18 a 29 anos), com taxas de 20,9% e 17,4%, respectivamente.
A situação também é pior entre os países de baixa renda. Segundo a OMS, esses países tem uma taxa de solidão de 24,3%. Os de média e alta renda tem uma taxa de solidão significativa, mas menor que a dos de baixa renda.
Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos
Além disso, grupos que experienciam marginalizações – como portadores de deficiência física, migrantes, refugiados, a população LGBTQIA + e/ou povos indígenas – são mais prováveis de experienciar desconexões sociais.
Solidão vs isolamento social
O relatório também indicou a diferença entre a solidão e o isolamento social.
A solidão, principal foco do documento, é caracterizada por um sofrimento causado pela ausência de vínculos afetivos. Já o isolamento social refere-se à falta de interações cotidianas.
Mesmo não sendo sinônimos, ambos os cenários impactam a saúde.
Consequências para a saúde
Estudos, como o publicado no Nature Human Behaviour, mostram que viver sozinho está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares, problemas como depressão e ansiedade, além de declínio cognitivo.
A solidão, em sua natureza biológica, pode disparar uma resposta de estresse que afeta diferentes sistemas – como o endócrino e o cardiovascular -, provocando alterações hormonais e inflamatórias associadas a diversas doenças crônicas.
Além disso, o isolamento, por si só, pode incentivar comportamentos prejudiciais, como fumar, beber álcool em excesso e ser sedentário.
Por outro lado, as conexões sociais facilitam a resolver os problemas do dia-a-dia, trazem mais motivação e bem-estar.