Mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos mentais, segundo novos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Representando 14% da população mundial, condições como ansiedade e depressão causam imensos prejuízos humanos e econômicos para o mundo inteiro.
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Publicadas em dois relatórios – World Mental Health Today e Mental Health Atlas 2024 – as descobertas destacam algumas áreas de progresso, mesmo expondo lacunas no enfrentamento das condições de saúde mental em todo o mundo.
Os relatórios servem como ferramentas essenciais para embasar estratégias nacionais antes da Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Promoção da Saúde Mental e Bem-Estar, que acontecerá em Nova York, dia 25 de setembro de 2025.
Saúde mental
Nenhuma classe social foge dos problemas de saúde mental. Altamente prevalentes em todos os países e comunidades, essa classe de problemas representa a segunda maior causa de incapacidade a longo prazo, contribuindo para a perda de uma vida saudável.
Segundo o relatório sobre saúde mental nos dias atuais, cerca de 1 a cada 7 pessoas vive com transtorno mental. Um alerta dado pelo relatório é de que “somente 9% das pessoas com depressão recebem um tratamento adequado”.
Depressão e consequências
Tanto transtornos de ansiedade quanto de depressão são os tipos mais comuns de transtornos mentais entre homens e mulheres. E, embora a prevalência de transtornos mentais possa variar de acordo com o sexo, as mulheres são desproporcionalmente mais afetadas.
Pelos dados divulgados pela OMS, apenas 1 a cada 10 pessoas com depressão recebe tratamento adequado. Esse foi um dos principais pontos abordados nos relatórios, revelando o quão precário o atendimento à saúde mental está no mundo.
Outra consequência da decorrência de saúdes mentais é o suicídio. Em 2021, segundo a OMS, a prática ceifou 727.000 vidas. É uma das principais causas de morte entre jovens em todos os países e contextos socioeconômicos.
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Impactos econômicos e mudanças
Os transtornos mentais também interferem na economia. Os custos com saúde são substanciais, porém os custos indiretos – principalmente relacionados à perda de produtividade – são enormes. Uma estimativa, da OMS, calcula que somente a depressão e a ansiedade, por si só, custem cerca de 1 trilhão de dólares por ano.
Países têm feito avanços significativos no fortalecimento de suas políticas e planejamento de saúde mental. Muitos atualizaram suas políticas e adotaram abordagens baseadas em direitos. No entanto, essas mudanças não se traduziram em reformas jurídicas.
Apenas 45% dos países que aplicaram ou adotaram leis de saúde mental avaliaram, antes, se as leis estavam em total conformidade com os padrões internacionais de direitos humanos.
Além disso, há uma disparidade de investimentos. Enquanto países de alta renda gastam até US$ 65 por pessoa em saúde mental, os países de baixa renda gastam apenas US$ 0,04. A mediana global de profissionais de saúde mental é de 13 por 100.000 pessoas, com escassez extrema em países de baixa e média renda.
Apelo global
A OMS apela aos governos e parceiros globais para que intensifiquem urgentemente os esforços em direção à transformação sistêmica dos sistemas de saúde mental em todo o mundo. Isso inclui:
- expansão do atendimento comunitário e centrado na pessoa;
- financiamento legal e política para defender os direitos humanos;
- investimento sustentado na força de trabalho de saúde mental; e
- reforma legal e política para defender os direitos humanos.









