O Brasil tem desenvolvido ações para aumentar a detecção precoce de novos casos da doença, prevenir as incapacidades físicas e fortalecer o sistema de vigilância para a hanseníase, segundo o Ministério da Saúde (MS). Em anúncio feito nesta quinta-feira (4), o MS reforçou seu compromisso ao combate da doença e tem como objetivo integrar o cuidado ao paciente no conjunto das ações de atenção à saúde.
LEIA TAMBÉM: Alimentos ultraprocessados afetam saúde reprodutiva e metabólica masculina, diz estudo
Medidas tomadas
Entre as principais medidas em curso, estão:
- incorporação do teste rápido;
- serviços de comunicação e educação;
- estudos clínicos e pesquisa; e
- Carreta da Saúde Roda Hans.
A Carreta da Saúde Roda Hans, por exemplo, contribui significativamente para o diagnóstico precoce da hanseníase. É uma unidade móvel itinerante do projeto Roda-Hans, que visa identificar casos de hanseníase, oferecer atendimento à população e capacitar profissionais de saúde em todo o Brasil. Assim, fortalece a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).
A doença
A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Micobacterium leprae. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular. Pode gerar incapacidades permanentes. Seu diagnóstico cedo é o elemento mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências.
A doença é transmitida por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro. Sua transmissão acontece com doentes que ainda não iniciaram tratamento e estão em fases adiantadas da henseníase.
O tratamento é feito por meio de comprimidos que são fornecidos gratuitamente nas unidades de saúde. A recomendação é que sejam tomados diariamente até o fim do tratamento.
Alguns sintomas da doença são:
- manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato;
- formigamentos, câimbras ou dormência em membros inferiores e superiores;
- nervos engrossados e doloridos; e
- áreas da pele muito ressecadas.
Enfrentando a hanseníase
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) de 2025, a hanseníase continua sendo um desafio para a saúde pública. Um dos indicadores é seu diagnóstico tardio – em 2024, cresceu o número de casos novos em pessoas idosas e a proporção de diagnósticos com incapacidade física já instalada.
Além disso, em 2023 houve aumento de 35,2% na proporção de casos novos em pessoas com mais de 60 anos de idade, comparado a 2014.
Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos
Com o objetivo de executar ações em todo o território nacional, a Estratégia Nacional de Enfrentamento à Hanseníase 2024-2030 foi elaborada como documento orientador. As iniciativas estão alinhadas a essa estratégia, que estabelece metas, diretrizes e responsabilidades para os estados e municípios. Assim, promove-se a coordenação federativa, integração do cuidado e qualificação das redes de serviços. A Fundação Sasawaka é uma instituição parceira.
Além disso, foi lançado em 2024 pelo Governo Federal o Programa Brasil Saudável. Tem como meta eliminar 11 doenças e cinco infecções de transmissão vertical, até 2030. Todas essas doenças e infecções com o propósito de serem eliminadas estão ligadas a condições como pobreza, falta de saneamento, moradia precária e exclusão social.
Relação internacional
Na terça-feira (2), a delegação da Fundação Sasawaka foi recebida no Ministério da Saúde, em Brasília (DF), para conhecer as ações desenvolvidas pelo Brasil por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS).
Atualmente, a cooperação internacional apoia ações de qualificação com foco nos agentes comunitários de saúde em alguns municípios, como Buíque (PE), Três Lagoas (MS) e Boa Vista (RR).
Trata-se de aperfeiçoamento para profissionais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e equipes de laboratório para diagnóstico, tratamento e prevenção de incapacidades.